No Rio, Paes e Freixo duelam no último debate na TV antes da eleição

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

Os candidatos Eduardo Paes (PMDB) e Marcelo Freixo (PSOL) travaram um duelo particular, nesta quinta-feira (5), no debate da "TV Globo", o último antes da eleição para a Prefeitura do Rio de Janeiro. O encontro foi repleto de acusações e alfinetadas.

Durante dois blocos, o candidato do PMDB foi questionado pelos seus principais adversários sobre a suposta compra de apoio político denunciada pela revista "Veja" no último fim de semana --de acordo com o presidente estadual do partido nanico, o PMDB teria prometido repasse de cerca de R$ 200 mil em troca do apoio à reeleição de Paes.

O representando do DEM na disputa, Rodrigo Maia, demonstrou no decorrer do debate da "TV Globo" certo ressentimento pessoal em relação ao atual prefeito. O filho do ex-prefeito César Maia --que lançou Paes na carreira política-- referiu-se ao candidato à reeleição como "ingrato".

Troca de acusações

No Rio, o último debate na TV antes das eleições teve início com a recente polêmica sobre a suposta compra de apoio político na coligação do prefeito e candidato à reeleição, Eduardo Paes (PMDB). Sorteado para realizar a pergunta inicial, Freixo questionou o peemedebista sobre as declarações do presidente do PTN, Jorge Sanfins Esch, que afirmou ter negociado por cerca de R$ 200 mil a participação da legenda na coligação do atual prefeito.

Diferentemente dos debates anteriores, Paes não ficou na defensiva. De acordo com o candidato à reeleição, o áudio publicado na semana passada pela revista "Veja" seria um "denuncismo de última semana de campanha". Na visão do candidato à reeleição, o apoio ao PTN se deu exclusivamente através de material de campanha. "Tudo foi declarado e permitido por lei", afirmou ele.

 

Na réplica, Freixo afirmou que Paes tem obrigação de esclarecer a citação, e nomeou o episódio como "mensalão". "O atual prefeito foi agressivo, inclusive, na fala contra o presidente Lula", declarou o candidato do PSOL, referindo-se a uma fala do peemedebista quando este era deputado federal --na ocasião, Eduardo Paes chamou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de "psicótico" em função das denúncias sobre o mensalão.

Freixo respondeu ao adversário citando um suposto jantar dele com o presidente estadual do PTN, no dia 24 de maio, e posteriormente sua participação na convenção realizada pelo partido nanico. O peemedebista voltou a ser ofensivo em sua tréplica: "Você não tem autoridade para falar de candidato suspeito", citando um candidato a vereador do PSOL, identificado como Berg Nordestino, cujo nome foi citado no relatório da CPI das Milícias --presidida pelo próprio Freixo, em 2008, na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio).

Maia x Paes

O clima foi menos tenso no segundo bloco do debate promovido pela "TV Globo" , pois as perguntas foram direcionadas a partir de temas sorteados pelo mediador. O único momento de confronto foi quando o candidato do DEM, Rodrigo Maia, teve a oportunidade de questionar o atual prefeito, que foi lançado na política durante a gestão do ex-prefeito César Maia (DEM), pai de Rodrigo.

O democrata lembrou o fato de o candidato à reeleição ter ocupado o cargo de secretário municipal de Meio Ambiente na gestão de César Maia, e chamou Paes de "ingrato". O peemedebista, por sua vez, afirmou: "Aqui não é lugar para terapia de grupo", respondendo ironicamente ao adversário.

A polêmica sobre o PTN voltou a ser discutido no terceiro bloco, quando Rodrigo Maia teve novamente a chance de perguntar para o atual prefeito. O representante do DEM recolocou em pauta a suposta compra de apoio político por parte do PMDB, o que deixou Paes indignado.

"Pela amor de Deus. Quanta baixaria essa hora da noite", afirmou ele após ser questionado sobre "quanto teria custado" o apoio das outras legendas além do PTN --a coligação "Somos um Rio", de Paes, é formada por 20 partidos.

Último bloco de perguntas

"Que sorte, hein", afirmou Freixo ao saber que não poderia perguntar para Paes, pois o peemedebista havia iniciado o último bloco de questões. O candidato do PSOL escolheu Rodrigo Maia, que também adotou durante todo o debate postura crítica em relação ao pleiteante da coligação "Somos um Rio", e ambos utilizaram o tempo de pergunta e resposta para alfinetar Eduardo Paes.

Freixo lembrou do último relatório do TCM (Tribunal de Contas do Município), que classificou o processo de licitação das empresas de ônibus no Rio como "formação de cartel". Já Maia citou novamente uma propaganda no rádio supostamente veiculada pelas empresas de ônibus que remetia ao site de campanha de Eduardo Paes.

No fim do debate, o representante do DEM criticou a parceria entre o governo municipal e o governador do Estado, Sérgio Cabral, e afirmou que a Guarda Municipal deveria voltar a atuar na fiscalização de trânsito.

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