Dilma responde Aécio e diz que saiu de Belo Horizonte para lutar contra ditadura e não para ir à praia

Carlos Eduardo Cherem

Do UOL, em Belo Horizonte

A presidente Dilma Rousseff (PT) respondeu nesta quarta-feira (3) em Belo Horizonte às críticas feitas no início da semana pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) de que a líder petista seria uma "estrangeira" na política de Minas Gerais. "Nasci aqui [Belo Horizonte] no hospital São Lucas. Saí daqui para lutar contra a ditadura, e não para ir à praia. Aqui na minha veia corre o sangue de Minas Gerais, por isso sou presidente de todos os brasileiros", afirmou a presidente durante discurso de 25 minutos, no comício do candidato do PT à Prefeitura de Belo Horizonte, Patrus Ananias.

Aécio disse na segunda-feira (1º) que a população da cidade conhece melhor do que “qualquer estrangeiro” em quem deve votar. O tucano é o principal fiador da candidatura à reeleição do prefeito Marcio Lacerda (PSB), que o considera sua “cria política”.

“Ninguém pode achar que é dono de Belo Horizonte. Dono de Minas. Vamos acordar e vai ter só um mineiro na cidade. É estarrecedor. Vou repetir uma frase que o presidente Lula gostava de falar: nunca antes na história do nosso Estado, a política foi tão pequena. Ninguém tira Minas do meu coração”, disse a presidente.

Aécio emitiu nota para rebater Dilma. "É lamentável ver que, até hoje, a presidente Dilma precisa gastar a maior parte do seu tempo tentando convencer os mineiros de que ela é mineira de fato. Ser mineiro vai muito além da certidão de nascimento. É preciso ter uma alma generosa e compromisso verdadeiro com o Estado", afirmou Aécio na nota.

O evento final da campanha do petista, realizado no Barreiro, região mais populosa da capital, com 80 bairros e poplação estimada de 200 mil pessoas, é também berço do PT na capital mineira, ainda teve a presença do vice-presidente Michel Temer (PMDB).

Dilma ainda afirmou que começou sua militância política, em 1968, em Belo Horizonte, na região do Barreiro. "Aqui aprendi que o mineiro tem a capacidade de lutar pelo país", afirmou para cerca de 3.000 pessoas, conforme a organização do evento.

Nomeação de Marta

Dilma afirmou ainda que a nomeação da senadora Marta Suplicy (PT-SP) para o Ministério da Cultura não tem relação com as eleições em São Paulo. A petista teria sido nomeada após acordo para entrar na campanha de Fernando Haddad (PT).

“O que estão falando por aí é um absurdo. A ministra da Cultura não virou ministra por causa das eleições em São Paulo. Ela sabe dirigir e mostrou isso na Prefeitura [de São Paulo]. E nossa cultura é muito importante. Vamos dar muito valor à cultura. É a alma da gente”, disse Dilma.

"A Marta [Suplicy] será a melhor ministra da Cultura que esse país já teve", afirmou.

Royalties do minério

A presidente disse durante o ato em Belo Horizonte que vai enviar ao Congresso uma nova lei dos royalties do minério, nos moldes da legislação existe para o petróleo.

"Não há possibilidade de não aprovarmos uma lei da mineração", disse. A proposta anterior foi vetada pela presidente, que argumentou que o projeto não havia sido bem elaborado, dando margem a questionamentos na Justiça.

O veto da presidente, no início de setembro, foi criticado pelo senador Aécio Neves. Ele chegou a dizer que Dilma "faz maldade com Minas Gerais".

Mais informações sobre as eleições em Belo Horizonte

UOL Cursos Online

Todos os cursos