Na TV, prefeito de Nova York pede votos para Paes; Maia promete remédio em casa

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

  • J.P.Engelbrecht/Divulgação Prefeitura do Rio

    Durante a Conferência Rio+20, o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, conheceu o Centro de Operações da Prefeitura do Rio à convite do chefe do Executivo carioca, Eduardo Paes (PMDB).

    Durante a Conferência Rio+20, o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, conheceu o Centro de Operações da Prefeitura do Rio à convite do chefe do Executivo carioca, Eduardo Paes (PMDB).

O prefeito do Rio de Janeiro e candidato à reeleição, Eduardo Paes (PMDB), exibiu no horário político da noite desta segunda-feira (17) um depoimento do prefeito de Nova York, Michael Bloomberg. Na propaganda de TV, Bloomberg afirma que, se pudesse, "levaria Paes para Nova York e votaria nele", classificando-o como um político "jovem e cheio de energia".

"Ele é jovem, cheio de energia e acredita que amanhã será um dia melhor do que hoje. Um dos problemas quando se fica em um emprego por muito tempo é que você começa a aprender o que não pode ser feito. Ele não teve este problema. Ele ainda acredita que pode fazer muitas coisas boas. Eu ficaria muito feliz de tê-lo como meu prefeito. Se eu conseguisse fazer com que ele viesse para Nova York e concorrer, eu votaria nele", disse.

"Em termos de município, em termos de cidade, que é com o que eu lido e tenho conhecimento, me parece que vocês estão trazendo esperança para a população, que estão melhorando as suas vidas e dando as ferramentas que eles precisam para que tomem o controle de seus destinos e façam um futuro melhor para si e para os seus filhos. Este prefeito parece entender o equilíbrio entender entre dar assistência à população e, a partir daí, deixá-los no controle de seus destinos", completa Bloomberg.

Em junho deste ano, durante a Conferência Rio+20, Bloomberg visitou a capital fluminense para participar de uma das cúpulas oficiais do evento, e aproveitou para conhecer o projeto Morar Carioca Verde, executado pela prefeitura, no morro da Babilônia, em Copacabana, na zona sul da cidade.

Na ocasião, o governo municipal acelerou as obras realizadas na favela para que tudo estivesse pronto até a chegada de Bloomberg. A reforma incluiu a derrubada de um muro em uma localidade antes utilizada em reuniões do tráfico para que o prefeito de Nova York pudesse ver o mar de Copacabana.

Maia promete remédio em casa

O candidato do DEM à Prefeitura do Rio, Rodrigo Maia, afirmou no horário político que, se eleito, retomará o programa "Remédio em casa", que foi implementado na gestão de seu pai, o ex-prefeito César Maia. Com o projeto, diabéticos e pessoas com problemas cardíacos recebiam os medicamentos gratuitos pelo correio.

Em seu discurso, Rodrigo Maia alfineta o atual prefeito, Eduardo Paes, argumentando que o candidato à reeleição "acabou com um programa que melhorou a vida de tanta gente" apenas por uma questão política. "O prefeito que age assim não está pensando nas pessoas. Está pensando em si mesmo", afirma.

Além disso, o candidato do DEM promete ampliar o programa para atender crianças com bronquite asmática, pacientes renais, pessoas com deficiência e usuários dos serviços de saúde mental.

Entrevista com usuária de crack

O candidato do PSDB à Prefeitura do Rio, Otávio Leite, exibiu no horário político uma entrevista feita por ele com uma usuária de crack da zona norte da cidade.

O deputado federal e sua equipe visitaram o bairro de Madureira, região que é constantemente mostrada na propaganda de TV do prefeito e candidato à reeleição, Eduardo Paes (PMDB) -- com foco na construção do Parque Madureira, que se tornou a terceira maior área verde da capital fluminense.

O tucano utilizou seu tempo de TV para criticar a política de combate ao crescimento do consumo do crack --especialistas consideram que o Rio vive uma "epidemia" em relação ao entorpecente -- executada pela gestão de Paes.

"Nós não somos um Rio [ironizando o slogan do candidato à reeleição]. Somos vários 'Rios'. Aqui, por exemplo, para este lado você vai para o Parque Madureira. Mas para este lado, debaixo do viaduto, você vai para o 'crack de Madureira'. São vários os pontos de crack na zona norte", afirma Leite.

"A minha cabeça só pensa em droga. Pego o dinheiro, é crack. Nada de dormir, só fica aí três dias, quatro dias. Tem pessoas que são bem piores. Que precisam de ajuda. De que adianta entrar no abrigo se tem droga? De que adianta entrar no abrigo se você não tem um trabalho? De que adianta entrar no abrigo se você não tiver um respeito? Nunca trabalhei de carteira assinada. Eu quero trabalhar para ser alguém na vida. Ser ao menos um cidadão, cabeça erguida, trabalhar. Eu quero ajudar a mim e ao próximo. Eu também sou cidadão, estou no meio da rua, sofrendo. Porque eu não tenho carinho, não tenho conforto, não tenho onde comer", relata a usuária de crack.

Para enfrentar o problema, Leite sugere "investir menos em propaganda" e melhorar a "estrutura pública" de atendimento aos usuários de crack, o que incluiria a construção de novos abrigos e mais leitos nos hospitais.

Freixo critica remoções

O concorrente do PSOL à Prefeitura do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo, também utilizou o seu tempo de TV para criticar a gestão do candidato à reeleição pelo PMDB, Eduardo Paes. O tema abordado foi a questão da moradia. De acordo com Freixo, o governo municipal "vem promovendo remoções arbitrárias e ilegais".

"A maioria delas [das remoções] é por conta da especulação imobiliária e não por conta de necessidades de áreas de risco", completa.

Freixo exibe entrevistas com moradores das favelas Vila Autódromo e Restinga, na zona oeste, e do morro da Providência, na zona portuária.

"A gente mora aqui há anos. Por que não foi urbanizado?", questiona um morador da Vila Autódromo, comunidade na qual 500 famílias serão obrigadas a sair em função da construção do futuro Parque Olímpico do Rio, na Barra da Tijuca. Os moradores serão reassentados pelo governo municipal e transferidos para um conjunto habitacional a ser construído com recursos do governo federal através do programa "Minha Casa, Minha Vida".

"Eu já passei por muitas remoções e não quero passar pela terceira remoção. E esse prefeito é prefeito de remoção", reclama outro morador da Vila Autódromo.

Para Marcelo Freixo, o governo municipal deveria direcionar os investimentos para um projeto de urbanização das áreas nas quais os moradores não desejam sair de suas casas. "É mais justo e mais democrático", finaliza o candidato do PSOL.

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