O concorrente do PSOL à Prefeitura do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo, aproveitou o horário político desta quarta-feira (12) para convocar os jovens a participar de um grande comício nos Arcos da Lapa, no dia 21 de setembro, no centro da cidade. Já o candidato à reeleição, Eduardo Paes (PMDB), utilizou seus 16m17s de propaganda eleitoral para reforçar sua imagem em relação aos nordestinos que moram no Rio.

Freixo já declarou apostar a maioria de suas fichas na juventude e nas redes sociais para tirar a larga vantagem obtida pelo atual prefeito da cidade em todas as pesquisas de intenções de voto --o candidato do PSOL teve 18% na amostra do Datafolha divulgada nesta quarta-feira (12); Paes lidera com 54%. Em ascensão na corrida eleitoral, Freixo espera reunir pelo menos dez mil pessoas no comício.

"Sou de uma geração que se encantou com a política no pós-ditadura e se desencantou nos tempos do mensalão. Hoje há uma nova geração, que já nasceu nos tempos da política despolitizada, dos partidos sem muito sentido, dos movimentos sociais com grandes dificuldades e da apatia prevalecendo sobre a participação. Essa nova juventude se encanta com a nossa campanha, toma o destino desta cidade nas suas mãos e lota uma praça pública como a Cinelândia com mais de três mil jovens só para falar de política", afirma Freixo no horário político.

O deputado estadual faz referência à assembleia "Sou jovem e fecho com Marcelo Freixo", que ocorreu em agosto, na praça da Cinelândia, no centro da cidade, e conseguiu atrair bom público, principalmente entre os jovens. Freixo manteve a estratégia em um encontro na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), cujo evento teve que ser transferido para o teatro da universidade em função do grande número de jovens presentes.

O principal adversário de Freixo, Eduardo Paes, manteve na propaganda eleitoral desta tarde o tom adotado desde o início da campanha, e resumido pelo próprio nome de sua coligação ("Somos um Rio"). O foco, no entanto, foi redirecionado para as pessoas que migraram para o Rio, em especial os nordestinos.

Entre os vários depoimentos exibidos, o peemedebista utiliza frases como "carioca pode ser de qualquer cidade, mas escolhe o Rio como o seu lugar" e "hoje nós somos um Rio para todos os cariocas, onde quer que eles morem e de onde quer que eles venham". Ele também insere um clipe gravado na Feira de Tradições Nordestinas, em São Cristóvão, na zona norte.

Paes mostra um pouco da história de um taxista nascido no interior do Ceará, que mora no Rio há 33 anos e descobriu a maratona como uma alternativa de vida saudável, e uma pernambucana, moradora de Pedra de Guaratiba, na zona oeste, que se mostra encantada com os benefícios proporcionados pela Clínica da Família.

Além disso, o peemedebista exibe o depoimento de uma adolescente de 14 anos, recém-chegada ao Rio, estudante da Escola Municipal André Urani, na Rocinha, na zona sul do Rio. Em um determinado momento da entrevista, ela comenta sobre o fim da aprovação automática: "A aprovação automática eu não aprovava. Hoje em dia o estudo é essencial, então a pessoa que não sabe ler, não sabe escrever, que passou por passar, porque tem que passar e não pode ficar ali naquela série, repetir, eu acho que não vai para a frente. A educação desse jeito não tem serventia. Não serve para nada".

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