No Rio, Paes usa Paraolimpíada no horário político; Rodrigo Maia usa pai para criticar atual gestão

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

  • Adrian Dennis/AFP

    O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), candidato à reeleição, carrega a bandeira dos Jogos Paraolímpicos durante a cerimônia de encerramento do evento em Londres

    O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), candidato à reeleição, carrega a bandeira dos Jogos Paraolímpicos durante a cerimônia de encerramento do evento em Londres

Candidato à reeleição no Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) exibiu nesta segunda-feira (10) o depoimento de um atleta paraolímpico no horário político da TV com o objetivo de contextualizar a passagem dos Jogos Olímpicos --o Rio será a próxima cidade-sede do evento, em 2016-- e os investimentos feitos pelo governo municipal na construção de vilas olímpicas.

Na TV, o atleta Vanderson Silva, que competiu em Londres 2012 nas modalidades arremesso de peso e lançamento de disco --seu melhor rendimento na Paraolimpíada foi uma 15ª colocação--, mostra a pista de atletismo do complexo sócio-desportivo do Mato Alto, em Jacarepaguá, na zona oeste da cidade. O projeto custou R$ 7 milhões.

 

Diferentemente do que ocorreu em relação à Olimpíada de Londres 2012, a coligação "Somos um Rio" não inseriu imagens do prefeito recebendo a bandeira na solenidade de encerramento da Paraolimpíada. A constante utilização do tema na campanha publicitária do peemedebista chegou a ser classificada pela Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) como "abuso político".

No dia 22 de agosto, Paes investiu pela primeira vez no marketing com foco nos Jogos Olímpicos em seu horário eleitoral gratuito. Na ocasião, o candidato à reeleição exibiu um clipe com imagens do anúncio da escolha da capital fluminense como a próxima sede do evento. Três dias antes, Paes passeou pela cidade com a bandeira olímpica.

O candidato do DEM, Rodrigo Maia, que vem caindo nas pesquisas do Ibope e do Datafolha, abriu espaço para um depoimento de seu pai, o ex-prefeito César Maia --candidato a vereador pela legenda.

A chapa de Maia, que tem como vice a deputada estadual Clarissa Garotinho (PR) --filha do ex-governador Anthony Garotinho (PR)-- manteve o discurso crítico em relação à atual gestão, sendo a educação o tema escolhido. Segundo o concorrente do DEM, a rede municipal de ensino piorou na transição entre o último governo de César Maia e a administração de Eduardo Paes, que assumiu o cargo em 2009.

"Todos sabem que uma educação de qualidade passa principalmente pela valorização do professor. Uma marca do governo César Maia", afirma Rodrigo. Em seu discurso, o ex-prefeito César Maia argumenta que a educação no município teria sido prejudicado por um processo de privatização, através da qual "professores, diretores e funcionários são substituídos por robôs e kits de ONGs e instituições privadas".

Em sua propaganda na TV, por outro lado, o candidato à reeleição afirma ter melhorado a rede municipal de ensino ao corrigir os erros que, segundo ele, foram cometidos por César.

Um dos argumentos mais repetidos pelo peemedebista é o do fim da aprovação automática, que teria, na visão do peemedebista, feito com que o Rio tivesse conseguido um desempenho "ilusório" no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).

Já o candidato do PSOL, Marcelo Freixo, dedicou seu horário político vespertino a questões referentes à cultura. A campanha do deputado estadual exibe um depoimento de um adolescente de 16 anos, morador da favela da Mangueira, na zona norte, que afirma nunca ter ido ao teatro.

"Eu gostaria que o próximo prefeito abrisse um tipo de projeto diferente para buscar as crianças que nunca foram ao cinema, que nunca foram ao teatro, que nunca foram ao museu, para mostrar o mundo de um lado diferente. Para mostrar a eles que a gente pode tentar ser alguém melhor na vida. Que a cultura pode te levar a lugares mil vezes melhor do que o morro", afirma o jovem.

Freixo sugere que o governo municipal deve incentivar a produção de cultura nas próprias comunidades, e sustenta a tese de que isso faria com que as camadas populares "disputassem território" com os "grandes espetáculos".

Os demais candidatos à Prefeitura do Rio veicularam propagandas eleitorais já exibidas anteriormente.

Veja o horário eleitoral do RJ - 10/09/12 (tarde)

 

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