Mensalão e governos Dilma e Lula são utilizados para atacar líderes nas pesquisas em Porto Alegre

Lucas Azevedo

Do UOL, em Porto Alegre

Os candidatos à Prefeitura de Porto Alegre atrás nas pesquisas usaram o primeiro debate de TV aberta, realizado na noite desta quinta-feira (2) pela "TV Bandeirantes", para atacar os líderes nos levantamentos: José Fortunati (PDT), Manuela D'Ávila (PC do B) e Adão Villaverde (PT).

Problemas nas administrações federal e estadual e o mensalão foram os principais utilizados nos ataques. O caso do mensalão, denunciado em 2005, foi o maior escândalo do primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva e começou a ser julgado nesta quinta-feira pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Além dos líderes nas pesquisas, Érico Correa (PSTU), Jocelin Azambuja (PSL), Roberto Robaina (PSOL) e Wambert Di Lorenzo (PSDB) expuseram alguns pontos de seus planos de governo. Mas o que realmente movimentou o debate foram as comparações com as administrações nas outras esferas.

Saúde, educação e segurança pública foram os temas mais abordados. Entretanto, em suas posições, Correa, Di Lorenzo, Azambuja e Robaina, sempre que possível, atacaram os governos da presidente Dilma Rousseff e seu antecessor Lula, dos quais os demais candidatos são aliados.

Robaina dirigiu uma pergunta ao candidato petista, aproveitando para tocar no assunto mensalão. O nome do PSOL à prefeitura questionou se o PT aprendeu alguma lição com o episódio. Villaverde respondeu que o assunto “está resolvido para nós” e questionou ser estranho o tema vir à tona durante as eleições.

Em seu contraponto, Robaina foi ao ataque: “Tu e o PT não tiraram as conclusões necessárias do mensalão. Se não fosse assim, vocês, em São Paulo, não teriam feito aliança com o [Paulo] Maluf, símbolo da corrupção. E a força que o [ex-ministro Chefe da Casa Civil] José Dirceu possui dentro do PT é tão evidente, que, inclusive em Porto Alegre, a tua candidatura derrotou nas internas o [deputado estadual] Raul Ponte. Tu representa a ala do José Dirceu, ala que é hegemonia no PT de Porto Alegre. E, infelizmente, o PT não aprendeu nada dessa lição.”

Virando o foco para Manuela D’Ávila, Robaina acusou a comunista de não responder às suas perguntas sobre a gestão do PC do B frente ao ministério dos Esportes. Assim como o candidato do PSOL atacou o PC do B nacional, Correa mirou nos governos Dilma e do governador gaúcho, Tarso Genro, para atingir Fortunati, Villaverde e Manuela, aliados nas esferas federal e estadual.

Ao mesmo tempo, o tucano Di Lorenzo se intitulava “a única opção verdadeiramente de oposição ao Lula e ao petismo”. Ele se apresentou também como “candidato de Fernando Henrique Cardoso e do futuro presidente do Brasil, Aécio Neves”.

A gripe A, que já vitimou mais de 50 pessoas no Rio Grande do Sul este ano, também foi usada para questionar Fortunati. O atual prefeito comentou a fala de Correa, que disse não entender por que o país necessita de grandes eventos esportivos para favorecer a população, e que as empreiteiras envolvidas com obras para a Copa não estão pagando impostos.

“Nenhum centavo da educação e saúde estão sendo tirados do município para essa obras, que ficarão como um grande legado para a cidade”, respondeu o candidato do PDT.

Em sua resposta, Correa foi incisivo, ao questionar as mortes na capital devido à gripe A. “Tu deveria [sic] ter vergonha disso o que disseste. Tu diz [sic] que ama essa cidade, mas não foi em nenhum enterro desses que morreram de gripe, que estão lá no posto de saúde pedindo a vacina. As pessoas estão assustadas e a culpa é dos governos municipal, estadual e federal. Em que aliás, tu estás nos três.”

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