Acusações de corrupção marcam debate em Porto Alegre

Lucas Azevedo

Do UOL, em Porto Alegre

Os candidatos à Prefeitura de Porto Alegre se revezaram nos ataques contra os adversários no segundo debate entre eles, nesta sexta-feira (27) --o primeiro aconteceu no último dia 6.

Promovido pela "Rádio Guaíba", o encontro reuniu todos os sete indicados ao Executivo: Adão Villaverde (PT), Érico Correa (PSTU), Jocelin Azambuja (PSL), José Fortunati (PDT), Manuela D'Ávila (PC do B), Roberto Robaina (PSOL) e Wambert Di Lorenzo (PSDB).

Contra Manuela, o PSOL usou o escândalo envolvendo o ex-ministro dos Esportes Orlando Silva. Fortunati foi inquirido sobre os problemas na saúde da cidade. O candidato do PSDB ouviu críticas à ex-governadora Yeda Crusius e Villaverde foi inquirido sobre dificuldades nos planos estadual e federal, em que os governos são petistas.

Nos quatro blocos de debates, os temas abordados foram respectivamente habitação, gestão, cultura e saúde.

Na primeira parte do encontro, basicamente houve trocas de acusações. As exposições de propostas mais efetivas começaram a aparecer apenas nos dois últimos blocos de perguntas e respostas.

Em sua primeira participação, Manuela teve que responder ao candidato do PSOL, que perguntou se a corrupção terá investimento para ser combatida. Robaina afirmou que, em Porto Alegre, são cerca de R$ 40 milhões investidos em habitação.

“Esse valor é o que teria sido desviado por Orlando Silva [ministro do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff], líder do PC do B, do Ministério dos Esportes.”

“Todos os escândalos devem apurados e as pessoas devem ser punidas se houver necessidade”, respondeu a deputada licenciada.

Em suas participações, Adão Villaverde (PT) utilizou em grande parte de suas perguntas e respostas as realizações dos governos da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula.

Já o candidato tucano Di Lorenzo acusou o governo do Rio Grande do Sul de governar para “os companheiros, e não para as pessoas”.

Segundo o tucano, o governador Tarso Genro (PT) aumentou o número de cargos de confiança e seus salários.

“Como o senhor vai fazer para combater a corrupção, se no governo estadual e federal nunca teve tanta corrupção como agora”, questionou Di Lorenzo ao candidato do PSTU.

“Antes de mais nada, o senhor entende bastante de corrupção, pois representa o governo mais corrupto da história do Rio Grande do Sul”, disse Érico Correa.

“A população tem que entender que a corrupção é consequência do regime político no país e a promiscuidade entre os partidos que fazem alianças para ocupar o espaço público e mais nada”, respondeu o candidato do PSTU ao se referir às acusações contra a ex-governadora do Rio Grande do Sul Yeda Crusius (PSDB), principal apoiadora de Di Lorenzo.

Petista questiona prefeito

No tema saúde, Villaverde questionou Fortunati sobre a situação na capital. Ele voltou a questionar o fato de os postos de saúde terem sido fechados em um feriado recente, fazendo com que centenas de pacientes ficassem sem consultas médicas. Fortunati assumiu que há problemas. “Mas  estamos dando condições para que a cidade avance", disse.

O candidato petista aproveitou a resposta pra dizer que pretende ampliar o Programa de Saúde da Família e informatizar o sistema de acesso ao SUS.

No mesmo bloco, Jocelim Azambuja (PSL) utilizou seu tempo para afirmar que, se prefeito, pretende cobrar a parceria com os municípios que contam com os prontos socorros da capital.

Novamente inquirida pelo deputado do PSOL sobre as acusações contra o então ministro dos Esportes Orlando Silva (PCdoB), Manuela afirmou: “Na realidade tu queres ocupar a tribuna para fazer discurso, e não melhorar a vida das pessoas”.

Em suas considerações finais, Fortunati afirmou que a cidade possui boas perspectivas. “Temos importantes obras que vão melhorar a vida das pessoas. Por isso, as finanças, que estavam no vermelho, continuarão a ser sanadas”, ressaltou o atual prefeito.

Érico Corrêa (PSTU) afirmou que pretende governar para Porto Alegre “da periferia, de quem pega ônibus lotado, dos estão nas filas da saúde sofrendo por falta de atendimento. Nós queremos governar a cidade para os trabalhadores”.

Enquanto isso, o tucano Di Lorenzo prometeu extinguir a EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação). “Ela não orienta o trânsito e não o planeja. Não realiza o controle privativo e é meramente punitiva.”

Por sua vez, Robaina, do PSOL, afirmou: “As pessoas estão desacreditadas da política, e com razão, pois são grandes as promessas e muitas as traições. Mas chamamos a população. Temos agora uma experiência muito rica: no Rio de Janeiro contamos o apoio com e melhor da intelectualidade brasileira e, em Porto Alegre, queremos andar no mesmo caminho”.

Mesmos problemas

Já Manuela, que disputa pela segunda vez a prefeitura, ressaltou que os problemas da cidade permanecem os mesmos, mas prometeu governar com técnicos e com sua aliança, composta por cinco partidos. “Eu quero ser prefeita para resolver problemas e não fazer discursos”.

Candidato do PSL, Azambuja recordou que lutou contra a ditadura pela democracia. “Fiz um trabalho forte para que a gente tivesse democracia nesse país. E o que aconteceu com a democracia? Bolsa miséria, bolsa-família, bolsa carinho. Enchemos o povo de bolsas para controlá-los como marionetes. Não damos a educação que ele merece.”

Por último, o candidato petista ressaltou o apoio do governo federal, estadual e de nomes importantes da sigla, como o ex-governador e ex-ministro Olívio Dutra: "Tudo isso para propor soluções para os problemas antigos de Porto Alegre, que continuam", disse Villaverde.

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