Freixo começa campanha no Rio e acusa Paes de uso da máquina pública

Felipe Martins

Do UOL, no Rio

No primeiro dia de campanha eleitoral no Rio de Janeiro, o candidato do PSOL Marcelo Freixo criticou o prefeito Eduardo Paes, candidato do PMDB à reeleição, por inaugurar o projeto Bairro Carioca, unidade habitacional na zona norte do Rio, ao lado da presidente Dilma Rousseff.

Apesar de autorizado pelo TRE fluminense, o prefeito havia sido alertado pelo procurador eleitoral do Rio, Maurício da Rocha Ribeiro, de que sua agenda pública poderia configurar uso da máquina e abuso de poder político.

"Isso é vergonhoso. O prefeito está utilizando a máquina pública para fazer campanha, eu leio isso como desespero. O Ministério Público Estadual o aconselhou a não fazer essa inauguração,é uma aberração. Isso está acontecendo por uma falha na publicação da lei", afirmou Freixo. "Isso tem a ver com a postura pública de cada um. O prefeito me lembrou seu amigo, o governador Sergio Cabral, que criou um código de ética para ter ética. De onde eu vim, a ética a gente aprende com pai e mãe".

Cerca de cem militantes do PSOL acompanharam o candidato na caminhada pela avenida Rio Branco, no centro do Rio, até a praça Mario Lago, popularmente conhecida como Buraco do Lume.

Sobre um caixote, Freixo confirmou que irá a áreas dominadas por milícias. O candidato do PSOL fará campanha no sábado (7) no calçadão de Campo Grande, bairro da zona oeste da capital fluminense e área de atuação da maior milícia da cidade, a Liga da Justiça.

“Em determinados territórios, o candidato não fazer campanha não é um problema particular, é um problema público do Estado. Ontem, me reuni com o comandante da Polícia Militar e comuniquei a ele que vou em áreas de milícias fazer campanha. Cabe ao Estado garantir a democracia. Mandei um ofício ao TRE com cópia para o secretário de segurança dizendo que a eleição tem de ser garantida", disse o candidato do PSOL. "Não adianta pedir ao Exercito somente para o dia da eleição, toda campanha tem de ser grantida para todos os candidatos. É a democracia que está em jogo. A milícia é um problema para todo mundo que vive no Rio, é uma máfia que domina território, que tem projeto de poder".

Freixo aposta em "rede e rua"

O psolista pretende investir na internet e incentivar a militância nas ruas para derrotar a campanha à reeleição do prefeito Eduardo Paes, orçada em R$ 25 milhões. Freixo declarou previsão de gastos de R$ 2,5 milhões, valor dez vezes menor que o de Paes e, segundo informações da campanha, a menor quantia declarada entre os cinco principais candidatos à Prefeitura do Rio.

"Essa campanha vai ser marcada por rua e rede. Nós queremos que essa campanha prove que a política pode ser feita com proposições, com ideias, sem ninguém pago para fazer campanha. Sem alianças que só vão dar tempo de televisão, mas que não se justificam em qualquer perspectiva ideiológica", afirmou Freixo. "Vamos usar a internet para provocar o debate, com as pessoas que pensam o Rio. Vai ser muita militância na rua e muita rede social".

Freixo afirmou ainda que vai rechaçar contribuições financeiras de determinados ramos de atividade e que não fará campanha com dinheiro que não possa ser declarado.

"Não cabe empreiteira doando, não cabe empresa de ônibus doando. Nossa campanha não terá caixa dois. Vamos aceitar doações pela internet, de forma clara, limpa e fácil de ser apurada", disse o candidato do PSOL. "Uma campanha que diz que vai gastar mais de vinte milhões, com os problemas sociais que o Rio tem, é um acinte, é agressivo".

Participaram da caminhada o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ), o candidato à Prefeitura de Belém e ex-prefeito da capital paraense Edmilson Rodrigues (PSOL-PA), e a presidente estadual do PSOL no Rio e deputada estadual Janira Rocha.

Às 18h30 desta sexta-feira (6), o candidato fará o lançamento oficial da campanha na ABI (Associação Brasileira de Imprensa). Freixo afirmou que o cantor Caetano Veloso e o ator Wagner Moura estarão presentes.

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