Lacerda enfrenta protesto para oficializar candidatura em Belo Horizonte e junta-se a Aécio para criticar Kassab e Dilma

Carlos Eduardo Cherem

Do UOL, em Belo Horizonte

Marcio Lacerda, atual prefeito de Belo Horizonte e candidato à reeleição pelo PSB, foi surpreendido com uma manifestação de cerca de 150 funcionários do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Minas Gerais, que estão em greve.

Lacerda foi ao Fórum Regional Eleitoral da cidade para registrar oficialmente sua candidatura e ficou isolado no local por quase uma hora.

O candidato só conseguiu deixar o local com escolta policial. A Polícia Militar teve que bloquear a avenida do Contorno, uma das principais vias da capital mineira, para garantir a saída do prefeito pela garagem do prédio.

Antes de deixar o local, o prefeito reclamou da ação de Gilberto Kassab (PSD), prefeito de São Paulo, na eleição em Belo Horizonte.

"Se eu for intervir em São Paulo, o Kassab não ia achar bom", afirmou o prefeito da capital mineira. "Estão nacionalizando uma campanha que é regional e nós vamos tratar de Belo Horizonte".

Kassab, que também é presidente nacional do PSD, fechou um acordo com a presidente Dilma Rousseff para apoiar a candidatura do petista Patrus Ananias à Prefeitura de Belo Horizonte, mas Diretório Estadual do PSD em Minas Gerais ignorou a aliança e registrou oficialmente seu apoio à reeleição de Lacerda.

Aécio ataca PT, e Dilma e exalta harmonia entre PSDB e PSB

Mais cedo, durante o evento que marcou o anúncio oficial dos partidos que compõem a coligação que apoia a reeleição de Lacerda, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que não acompanhou o atual prefeito no registro da candidatura, aproveitou a ocasião para atacar a presidente Dilma Rousseff, apontada como articuladora do acordo fechado com o PSD de Kassab.

"Dilma para sua agenda para solicitar apoio dos partidos ao PT em Minas Gerais, inclusive oferecendo ministérios", disse Aécio. "Minas escolhe seus caminhos, as construções políticas fora das montanhas de Minas nunca deram certo, porque Minas não é uma província de segunda categoria para atender os interesses do PT em 2014".

A coligação para reeleger Lacerda conta com o apoio de 18 partidos --PSB, PV, PSDB, PSD, PDT, DEM, PPS, PTB, PP, PR, PRB, PT do B, PRP, PRTB, PSL, PTN, PSDC e PMN. A reedição de duas chapas que opõem PSDB e PSB contra PT e PMDB fez Aécio comparar o pleito deste ano com a eleição para o governo de Minas Gerais em 2010.

"A eleição de 2012 é uma reedição da eleição de 2010, quando a chapa PMDB-PT [que tinha Hélio Costa como candidato a governador de Minas e Patrus Ananias de vice] teve somente 20% dos votos na capital mineira, enquanto o governador eleito Antonio Anastasia, do PSDB, teve 73% dos votos", afirmou o senador mineiro.

Aécio disse estar também estar "feliz" com a saída do PT do bloco que governa a capital mineira, porque agora a aliança com o PSB está "mais harmônica".

"O PT, que nasceu com uma proposta diferente de outros partidos, se tornou o partido da intervenção. Fez isso com Marta Suplicy em São Paulo, com a questão em Recife, perdeu um de seus melhores quadros, que é o deputado Maurício Rands, que abandonou a vida pública", afirmou o senador tucano. "O PT tornou-se o partido da construção da intervenção, alijando a participação dos militantes, é o partido que abraça Maluf em São Paulo".

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