PSD mantém apoio a Ducci, mas vai rachado para disputa em Curitiba
Rafael Moro Martins
Em Curitiba
Após um dia reunidos a portas fechadas, neste sábado, os líderes do PSD no Paraná decidiram manter a legenda onde já estava há uma semana: na coligação de 15 partidos que irá buscar a reeleição do prefeito Luciano Ducci (PSB).
A novidade é que agora o recém-criado PSD já está rachado. A ata da reunião registra que, apesar da coligação de Ducci receber o apoio institucional da sigla, os filiados estão liberados de cumprir a decisão.
Isso significa, na prática, que Ducci fica com os cobiçados dois minutos de tempo de televisão a que o PSD passou a ter direito graças à decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), e que os 15 candidatos a vereador da legenda farão parte da coligação. Mas não é preciso que os filiados apoiem o candidato do PSB à prefeitura.
Assim, dissolveu-se a unidade que o partido demonstrava na convenção da semana passada em torno da candidatura de Ducci – quando o prefeito de São Paulo e presidente do PSD, Gilberto Kassab, confirmou o “apoio incondicional” da legenda e reivindicou a candidatura a vice para o deputado estadual Ney Leprevost.
Na reunião, que começou ainda pela manhã e só terminou no início da noite, o PSD avaliou a possibilidade de que Leprevost aparecesse como candidato a vice ao lado de Ratinho Jr. (PSC) e até que a legenda apoiasse o ex-tucano Gustavo Fruet (PDV), cuja candidatura tem a escolta do PT.
Uma candidatura própria, com Leprevost à frente, também foi cogitada. Mas não houve consenso em torno de nenhuma das hipóteses, apurou o UOL. Nem mesmo na manutenção do apoio a Ducci. Assim, o partido optou por liberar seus filiados.
Leprevost, o pivô da crise, não atendeu às ligações feitas para seu telefone celular. Segundo assessores do partido, ele irá se manifestar “oportunamente”. A reportagem também procurou o presidente estadual do PSD, o deputado federal Eduardo Sciarra, que também não retornou aos telefonemas.
A crise no PSD acabou por ofuscar as convenções que lançaram dois dos principais candidatos à prefeitura de Curitiba, neste sábado – Ducci e Ratinho Jr.
O PSB, partido de Ducci, realizou a convenção em conjunto com PSDB, DEM e PRB.
Ao lado do principal cabo eleitoral, o governador Beto Richa (PSDB), e do candidato a vice-prefeito, o deputado federal Rubens Bueno (PPS), Ducci teve que explicar a ausência de líderes do PSD na convenção.
“Não mudou nada, por enquanto. Não conversei com Kassab. Aguardamos término das conversas no PSD. Da nossa parte, [a aliança] não depende de nada. Não existem exigências, nem de início, nem agora”, afirmou o prefeito, ao chegar à convenção de seu partido, pela manhã.
Ratinho Jr.
Já o PSC referendou a candidatura do deputado federal Carlos Massa Júnior, o Ratinho Jr., e apresentou seu candidato a vice-prefeito, o arquiteto e urbanista Ricardo Mesquita, do próprio partido.
Ratinho Jr. negou que tenha convidado o deputado estadual Ney Leprevost (PSD) para vice em sua chapa, mas não descartou umaa aliança com o parlamentar do PSD. “Houve conversas, mas em nenhum momento avançamos. Mas, claro, se pudéssemos caminhar com ele [Leprevost], seria uma grande alegria”, disse.
Durante a convenção, Ratinho Jr. disse querer recuperar a “Curitiba de vanguarda, que se perdeu” e se apresenta como o “novo” na política local.
“Montamos uma aliança sem vender nossa consciência. Nós sim temos coerência. Essa é a grande diferença. Não tenho ministro coordenando minha campanha nem governador escolhendo meu vice. Minha campanha não pensa em 2014”, afirmou.
A afirmação escancara críticas a Fruet –que, quando deputado federal tucano, foi um dos grandes críticos do governo Lula no Congresso Nacional– e a Ducci, que deve batizar sua coligação de “Coerência”, também numa tentativa de expor o calcanhar de aquiles do pedetista.
PT
O PT de Curitiba também realizou convenção neste sábado para referendar sua candidata a vice-prefeita, a advogada Mirian Gonçalves, que irá concorrer ao lado de Fruet.
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