Numa convenção que começou com quase duas horas de atraso, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), levou na tarde deste sábado (23) o apoio do partido ao prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), candidato à reeleição, e aproveitou para tentar emplacar um colega de legenda na chapa.

“Vim a Curitiba para colocar o PSD ao lado de Ducci. Colocamos à sua disposição o nome do deputado estadual Ney Leprevost [para ser candidato a vice-prefeito], pois ele tem densidade eleitoral e capacidade suficientes para o cargo”, discursou Kassab.

No palanque ao lado de Ducci, do governador Beto Richa (PSDB), principal cabo eleitoral do prefeito curitibano, e do próprio Leprevost, Kassab apressou-se em dizer que a indicação de um nome da legenda não é uma condição.

“Nosso apoio a Ducci é incondicional. A definição [do candidato a vice-prefeito] fica a cargo da coligação”, afirmou o paulistano.

Um dos principais articuladores da instalação do PSD no Paraná, Leprevost foi o deputado estadual mais votado em Curitiba em 2010 --boa parte desses votos oriundos de eleitores de classe média e média alta.

“Ney sabe o quanto eu gosto dele. Vamos estar juntos”, disse Ducci, sem revelar, no entanto, se o indicado de Kassab será de fato seu candidato a vice. Nos bastidores, comenta-se que o favorito para o posto é o deputado federal Rubens Bueno, líder do PPS na Câmara Federal.

“O PSD tem grande fidelidade ao [governador] Beto [Richa] e manterá esse apoio a Ducci seja qual for o candidato a vice-prefeito. Tenho muito respeito e nenhuma restrição a Bueno”, disse Leprevost, após ouvir a indicação de Kassab.

“O único conselho que eu posso dar a ele [Ducci] é que escolha alguém em que confie e que saiba se colocar no lugar de vice, com discrição.”

Richa, principal avalista da candidatura de Ducci, revelou que PSDB irá abrir mão de indicar o candidato a vice-prefeito na chapa. “Queremos dar espaço a outros partidos que integram a chapa. Pretendemos ter a maior coligação desta eleição, para darmos o maior tempo de televisão e a maior chapa de vereadores a Ducci”, falou.

O governador também comentou a decisão do PMDB, que cogitou apoiar Ducci, mas acabou por lançar a candidatura do ex-ministro Rafael Greca à prefeitura.

“Nunca defendi coligação com PMDB, mas boa parte do partido já integra governo. Seria natural que viessem conosco.”