Para ser prefeito no Recife não tem de ser filiado ao PT, diz Eduardo Campos

Fabio Leite

Do UOL, no Rio

Diante do impasse no PT em torno da candidatura a prefeito do Recife, o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos (PSB), sinalizou nesta quinta-feira (14) que seu partido deve indicar um nome próprio para a eleição na capital e que a aliança com os petistas poderia ser retomada num eventual segundo turno da disputa.

"Para ser prefeito de Recife, não necessariamente tem que ter filiação partidária ao Partido dos Trabalhadores. Não é um requisito legal, nao é um requisito político. É preciso ter história nesse nosso campo político, compromisso com a cidade, compromisso com o povo e ter apoio", afirmou Campos. O PT administra Recife há 12 anos.

A crise no PT no Recife

A crise no PT no Recife teve inicío no começo de março, quando o prefeito João da Costa decidiu que seria candidato à reeleição.

O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, passou a emitir sinais de que, para a manutenção da aliança da chamada Frente Popular, que o elegeu e também João da Costa, um outro nome teria de ser escolhido.

O governador começou a trabalhar, em comum acordo com petistas descontentes com João da Costa, para emplacar o nome de seu secretário de Cidades, à época o deputado licenciado do PT Mauricio Rands.

Sem consenso e com dois candidatos, o PT do Recife decidiu realizar prévias entre João da Costa e Rands.

O atual prefeito venceu, mas foi acusado por Rands de fraude.

A Executiva Nacional do PT interveio e determinou uma nova prévia. Dois dias antes da nova disputa, Rands anunciou que deixava a eleição interna para apoiar um nome de consenso dentro da Frente Popular, que seria o senador Humberto Costa

Com as prévias esvaziadas, a Executiva Nacional interveio no Recife de novo e impôs no nome do senador Humberto Costa.

O governador demonstrou insatisfação com a crise política do PT e disse que os partidos que compõem a chamada Frente Popular --que elegeu Campos e também o atual prefeito do Recife, João da Costa-- questionam as condições dos petistas de liderarem "um processo de unificação".

A crise no PT começou em março, após João da Costa ter manifestado o desejo de ser candidato à reeleição (leia texto ao lado).

"O fato é que estamos a 15 dias do prazo final das convenções e não há sinal de unidade. Há ações na Justiça, outdoors na cidade, recursos para instâncias partidárias", disse Campos.

"Esse jogo de nomes e essa divisão estão retirando do PT as condições de liderar esse processo e unificar a frente. E os partidos, todos que estão sendo escutados, estão falando isso", completou.

Exonerações

A pedido do PSB local, o governador exonerou quatro secretários estaduais para deixá-los em condições de concorrer à prefeitura pela legenda. São eles: Geraldo Júlio (Desenvolvimento Econômico), Danilo Cabral (Cidades), Tadeu Alencar (Casa Civil) e Sileno Guedes (Articulação Social).

Geraldo Júlio seria o mais cotado e poderia ser anunciado candidato na próxima terça-feira.

Campos disse ainda que a definção do candidato da frente em Recife não deve ocorrer nesta sexta-feira (15), quando ele irá a São Paulo para anunciar o apoio do PSB à candidatura do ex-ministro da Educação Fernando Haddad a prefeito da capital paulista. 

Questionado se ainda acreditava num entendimento entre os pré-candidato do PT, Campos sinalizou que quem vencer a queda de braço deve enfrentar seu próprio candidato.

"Sempre acreditei num entendimento, até porque se o entendimento não ocorrer no primeiro turno, vai ocorrer no segundo turno."

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