Haddad diz que usar "kit gay" e religião em campanha é oportunismo

Do UOL, em São Paulo

O pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, disse em entrevista na tarde desta quinta-feira (31) que usar temas como o "kit gay" e religião para atacar rivais e conseguir votos é oportunismo de alguns políticos na disputa municipal deste ano.

"Lamento o uso oportunista de alguns temas. Nunca vou utilizar uma polêmica alheia às questões municipais ou a religião para tentar ganhar votos", disse o pré-candidato durante sabatina promovida pelo "R7" em parceira com a "Record News". Minutos antes Gabriel Chalita, pré-candidato do PMDB à Prefeitura de São Paulo, participou da sabatina e criticou o episódio do "kit gay".

O "kit gay" foi proposto pelo Ministério da Educação em 2011, quando Haddad era o ministro da pasta. Tratava-se de um material que se propunha a explicar a homossexualidade e que seria distribuído nas escolas públicas. O "kit" era composto por caderno do educador, seis boletins para os estudantes e cinco vídeos. O material seria destinado a alunos do Ensino Médio, ou seja, para adolescentes a partir dos 14 anos. Após polêmica e pesadas críticas, a distribuição foi suspensa.

Durante a entrevista, Haddad defendeu o "kit gay". "Temos que combater todos os tipos de violência, inclusive a violência contra os homossexuais. O material foi produzido dentro deste espírito", afirmou. "Foi feito a partir de uma emenda parlamentar. Fizeram pressão e o recurso foi liberado. Quando o material chegou, achamos impróprio e não distribuímos", afirmou.

O pré-candidato negou que a polêmica do "kit gay" atrapalhe sua popularidade com o eleitorado religioso. "Não vejo incompatibilidade entre liberdade religiosa e defesa dos direitos civis", afirmou. Perguntado sobre o desperdício de dinheiro com o material, Haddad respondeu que não houve nenhum, já que o material foi utilizado em palestras para professores.

Vice

"O vice vai depender dos partidos que vierem para a coligação. Temos a expectativa de compor com os partidos que apoiam o governo federal", afirmou Haddad em referência ao e apoio esperado do PSB e do PC do B. A expectativa é que uma das duas siglas indique o vice na chapa.

Haddad também minimizou seu baixs índics de intenção de voto (que é de 3%, de acordo com a última pesquisa) e o apoio do PSD e do DEM à candidatura do tucano José Serra.

O pré-candidato voltou a defender a construção de novos corredores de ônibus em São Paulo paralelamente aos investimentos municipais no metrô, que é de responsabilidade do governo estadual. Haddad também defendeu medidas de estímulo, como o corte de impostos, para levar empresas para a periferia e assim criar empregos de forma mais pulverizada na cidade.

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