PT de Belo Horizonte não se entende sobre veto à participação do PSDB em coligação

Carlos Eduardo Cherem

Do UOL, de Belo Horizonte

Houve um veto legal ou político por parte do PT à participação do PSDB na coligação de partidos que apoiam a reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB)? Parece quem nem os próprios petistas conseguem chegar a um acordo.

A Resolução do Encontro Municipal de Políticas de Aliança do PT de Belo Horizonte, aprovada em 25 de março, veta o PSDB, mas deu margem a interpretações distintas.

Defensor da candidatura própria e contrário à participação do PSDB, o vice-prefeito da capital mineira, Roberto Carvalho (PT), presidente do diretório municipal da legenda, afirma que a decisão foi clara: os delegados do partido aprovaram a aliança com os socialistas sem a participação dos tucanos. “Não seremos moeda de troca de São Paulo. A candidatura própria não está descartada”, disse Carvalho.

Entretanto, não há nomes no PT: o único cogitado anteriormente dentro da legenda para a disputa, o ex-prefeito e ex-ministro Patrus Ananias, não aceitou disputar e já manifestou o apoio de seu grupo político ao atual prefeito. Não foram também divulgadas pesquisas eleitorais na capital mineira.

O deputado federal, Reginaldo Lopes, presidente do diretório estadual do PT, por sua vez, diz que houve um veto político que não impede o prefeito de formalizar a participação dos tucanos na coligação.

“Os membros do PT são 100% contra a participação do PSDB na coligação. Mas o veto é político, e não legal. O prefeito Márcio Lacerda é quem coordena o processo”, afirmou Lopes.

O parlamentar, inclusive, lembra que não há mecanismos legais para vetar uma possível coligação formal de Lacerda com os tucanos. Essa situação em tese, faria o PT deixar a coligação, medida que o parlamentar descarta: “isso não existe: é pura fantasia.

Segundo o deputado, não há impedimento legal da participação do PSDB, ao contrário do que ocorreu em 2008, quando os tucanos apoiaram informalmente a coligação PSB/PT, por causa do veto legal aprovado pelos petistas à época.

“Nosso veto ao PSDB é político e ideológico. O prefeito participa do nosso projeto nacional. Ele apoiou Dilma Rousseff nas últimas eleições. Por sinal, o PSB esteve com o partido desde a primeira eleição de Lula, em 1989”, diz Lopes.

Ele explica que o veto político, ao contrário do veto legal, como ocorreu há quatro anos, deixa claro para o eleitorado de Belo Horizonte que o PSDB não participa do projeto nacional do PT.

“Apoiamos politicamente, ideologicamente e programaticamente a administração de Márcio Lacerda. Não iremos colocar nenhuma amarra para sua reeleição. Confiamos no seu governo”, afirmou o presidente estadual do PT de Minas Gerais.

Interpretações por interpretações, o vice-prefeito tornou-se o principal eleitor dentro do PT. No próximo domingo (15), 500 delegados da legenda, nomes tirados da reunião do último dia 25, escolherão o candidato a vice-prefeito que irá compor a chapa de Lacerda.

De um lado, o grupo do ex-ministro Patrus Ananias apoia a indicação do deputado estadual André Quintão. De outro, o grupo do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, que defende a indicação do deputado federal Miguel Corrêa Júnior.

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