Testes para avaliar segurança de urnas eletrônicas têm início nesta terça

Do UOL, em São Paulo

  • Fernando Bizerra Jr/EFE

    A segurança das urnas eletrônicas foi testado pela primeira vez por especialistas em 2009

    A segurança das urnas eletrônicas foi testado pela primeira vez por especialistas em 2009

De terça (20) a quinta-feira (22), a Justiça Eleitoral promoverá em Brasília testes para avaliar a segurança das urnas eletrônicas. Essa é a 2ª edição dos testes públicos que, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), visam “dar mais transparência ao sistema eletrônico de votação e demonstrar a confiabilidade e segurança da urna”.

O processo será realizado na nova sede do tribunal e terá 24 participantes divididos em nove grupos. Eles receberão certificados, mas não haverá prêmio em dinheiro. No dia 29 de março, os resultados serão apresentados em audiência pública, também na sede do TSE, em Brasília. 

Os inscritos poderão realizar ataques em busca de falhas ligadas à violação da integridade e sigilo do voto. Poderão ser testados o processo de carga da urna; o hardware; o lacre físico; dispositivos de logística que protegem a urna; mídias eletrônicas; o conteúdo das mídias de dados e, por fim, o software de votação. O acesso à internet será monitorado, assim como o ambiente físico, que terá com câmeras.

Tempo compromete
As regras e o prazo de dois dias comprometem a eficácia do processo, na opinião de um dos especialistas que atuará como  hacker para testar as urnas. Diego de Freitas Aranha, doutor em ciência da computação pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e professor do CIC (Departamento de Computação) da UnB (Universidade de Brasília), afirmou que só seria possível garantir que o sistema é inviolável se “não existissem regras nem tempo determinado para que todos os testes pudessem ser feitos”.

De acordo com o professor da UnB, o sistema de apuração do TSE não será investigado. “Focaremos o trabalho nas urnas. O sistema que totaliza os votos pode até ser invadido, mas o máximo que pode acontecer é um atraso na apuração”, afirmou Aranha.  

Os participantes assistiram no início de março a uma palestra sobre o funcionamento da urna eletrônica. Ao contrário do que aconteceu na 1ª edição, em novembro de 2009, desta vez eles tiveram acesso ao código fonte dos sistemas eleitorais – isso, na teoria, poderia facilitar as tentativas de ataque.

Em 2009, diz o TSE, nenhum dos 37 participantes conseguiu concluir o ataque com sucesso. Ainda assim, uma tentativa foi premiada: com ela, o especialista em tecnologia da informação Sérgio Freitas tentou capturar dados sobre os votos. Para isso, usou um aparelho de rádio na tentativa de receber as ondas eletromagnéticas do teclado, emitidas durante a votação. Sua tentativa só funcionava quando o equipamento ficava a 5 cm da urna.

UOL Cursos Online

Todos os cursos