28/10/2010 - 17h10

Dilma promete empenho em projetos do pré-sal e diz respeitar orientação de Bento 16

Camila Campanerut
Do UOL Eleições
Em Brasília

Após reunião com representantes da FUP (Federação Única dos Petroleiros), a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, afirmou nesta quinta-feira (28), que se empenhará para que os projetos do pré-sal que ainda estão tramitando no Congresso sejam aprovados e garantiu que, até a aprovação deles, as licitações previstas para o primeiro trimestre de 2011 não serão abertas.

Dilma: Petrobras cresceu no governo Lula

“O projeto de partilha, eu tenho total empenho nele. São quatro projetos importantes. O mais importante deles é o do modelo da partilha, no meu ponto de vista”, disse. “Até o modelo de partilha [ser aprovado], não tem licitação”, ressaltou a petista.

O projeto da partilha que está em discussão na Câmara, altera o atual regime de concessão para um modelo de partilha de produção, no qual a União passa a ter participação mais direta na extração de petróleo.

“Todo o PSDB votou contra o modelo de partilha. As principais lideranças do PSDB acham que é errado mudar. É errado que o óleo quando sai para superfície, continue nosso. E, outra coisa, nós garantimos para a Petrobras a operação deste processo. Quem vai operar o processo só pode ser a Petrobras”, destacou.

A presidenciável voltou a comparar da situação da Petrobras e da atenção dada à exploração de petróleo e gás no Brasil nos oito anos da atual gestão com a anterior, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), destacando o aumento da arrecadação por meio da capitalização e no maior investimento em pesquisas e exploração.

“Nós capitalizamos a Petrobras e obtemos quanto? O maior volume de capital da história da bolsa  de valores internacional: US$ 70 bilhões, e isso resultou em um aumento da participação acionária da união na Petrobras e não o que acontecia antes, quando eles vendiam ação da Petrobras e diminuía a participação”, disse. 

Aborto e liberdade de imprensa

Aborto -- o tema mais debatido no início da campanha eleitoral do segundo turno -- voltou a ser comentado pela candidata petista nesta tarde, em Brasília.

Questionada sobre a declaração do Papa Bento 16 de que os bispos brasileiros devem orientar os fieis em temas políticos, Dilma reafirmou ser contrária ao aborto, mas disse que “respeita” à orientação do Pontífice.

“Eu acho que é a posição do Papa e tem de ser respeitada. Encaro que ele tem direito de se manifestar sobre o que ele pensa, é a crença dele, e ele está encomendando uma orientação”, afirmou.

A petista lembrou que foram usados contra ela panfletos distribuídos em igrejas e templos acusando-a de ser favorável ao aborto – o que a candidata voltou a afirmar que não é.

“Cansei de repetir qual minha posição nessa questão do aborto. Eu, pessoalmente, sou contra o aborto, mas sei que a cada dois dias morre uma mulher nessas circunstâncias. Eu não acredito que ninguém em sã consciência recomende que se prenda essas mulheres."

“Vamos separar as questões. Acho que o Papa não tem nada a ver com isso. Aqui ocorreu uma outra coisa, ocorreu uma campanha que não ocorreu à luz do dia. Quem fez a campanha não se identificou, não mostrou sua cara. Foi uma campanha de difamações, de calúnias e algumas delas ao arrepio da lei”, destacou.

Com relação a outra tema espinhoso para os candidatos – a liberdade de expressão e imprensa – - Dilma voltou a dizer que é contrária ao cerceamento da atividade dos profissionais da área.

“O único controle da mídia que eu proponho é o controle remoto na mão do telespectador, que muda de canal quando se interessar. Acredito que a liberdade de imprensa é um valor fundamental numa democracia, e nós temos de nos vangloriar”, afirmou.  “Não acredito que tem alguém que seja contra modelos que criem regulamentações para o setor, por exemplo, qual é a participação do capital estrangeiro. Repudio o monitoramento de conteúdo editorial. Acho que isso não pode se criar no Brasil”, completou a petista

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