24/10/2010 - 17h30

Manifestantes usam capacetes e curativos em passeata pró-Serra no RJ

Daniel Milazzo
Especial para o UOL Eleições
no Rio

Manifestantes a favor do candidato à Presidência da República José Serra (PSDB) utilizaram a ironia para protestar contra o incidente ocorrido com o tucano em um tumulto na última quarta-feira (20), em Campo Grande, na zona oeste do Rio, quando militantes do PSDB e PT entraram em confronto. Os petistas dizem que Serra foi atingido na cabeça apenas por uma bolinha de papel. Os tucanos afirmam que o candidato foi alvejado por mais um objeto pesado além da bola de papel.

Na passeata organizada para o tucano na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, neste domingo (24), alguns eleitores usaram capacetes. Bonecos infláveis representando José Serra traziam um curativo na cabeça. 

Representantes da classe artística, como o cineasta Zelito Viana e as atrizes Rosamaria Murtinho e Maitê Proença, também compareceram à caminhada. Maitê justificou sua presença e atacou Dilma Rousseff: “Sou a favor da democracia e da verdade. Acho que a Dilma é coisa feita. É a Weslian do Lula”, disse a atriz referindo-se a Weslian Roriz (PSC), candidata ao governo do Distrito Federal.

O ex-senador Tasso Jereissati (PSDB) também criticou o presidente Lula por ter dito que a reação de Serra ao tumulto de Campo Grande havia sido uma farsa. “O presidente Lula perdeu completamente a categoria, a classe, a noção do que significa a Presidência da República”, falou o tucano cearense.

Segurança reforçada

O início da passeata foi conturbado. Houve tumulto na saída do hotel em que estava José Serra, na Avenida Altântica, no final da praia de Copacabana. Serra e seus aliados chegaram a seguir a pé pela avenida segurando uma bandeira do Brasil, mas dada a aglomeração de militantes e da imprensa em volta dos políticos, o avanço da caminhada era lento. Logo, a assessoria tucana decidiu colocar todos os políticos no alto de um caminhão de som.

Prevista para percorrer os 4 km da orla, a caminhada alongou-se somente até a altura da rua Miguel Lemos —cerca de 1 km do ponto de partida.

A Polícia Militar reforçou a segurança na Avenida Atlântica com efetivo do 19º BPM (Copacabana). A cada 100 metros, havia um casal de policiais. Algumas viaturas do Batalhão de Choque também estavam no local.

Se de um lado a PM estava presente para impedir tumultos, por outro, 12 fiscais do Tribunal Regional Eleitoral fluminense (TRE-RJ) pretendiam evitar qualquer ação que contrariasse a lei eleitoral. Com base nela, os fiscais obrigaram os organizadores da caminhada a desligar um telão que seria utilizado.

Militante do PT

Quieta e sorridente, uma militante do PT acompanhava a caminhada em favor de José Serra (PSDB) sentada ao lado de uma placa de propaganda eleitoral de Dilma Rousseff (PT).

Em absoluta minoria, Cláudia Correia, 43, comentou: “Eu estou achando isso aqui ótimo. Só não pode mexer comigo. Cada um vota em quem quer”. Cláudia conta que teve pequenos problemas com alguns apoiadores de Serra, que queriam derrubar sua placa. “Alguns implicaram, mas já falei com a polícia e eles disseram que ninguém vai mexer comigo”, afirmou aliviada.

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