18/10/2010 - 18h55

Serra rejeita vinculo de campanha com panfleto anti-Dilma

Maurício Savarese
Do UOL Eleições
Em São Paulo
  • Os veredes Fernando Gabeira e Fábio Feldman declaram apoio ao tucano José Serra em SP

    Os veredes Fernando Gabeira e Fábio Feldman declaram apoio ao tucano José Serra em SP

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, afirmou nessa segunda-feira (18) que sua campanha não tem relação com um panfleto de religiosos paulistas, que acusam a líder nas pesquisas, Dilma Rousseff (PT), de buscar a liberação do aborto se eleita. Para o tucano, a reação do PT busca apenas “criar um factoide”.

No sábado (16), o PT paulista descobriu uma gráfica na capital paulista, que imprimiu mais de dois milhões de panfletos a mando da diocese de Guarulhos. No texto, os petistas são acusados de defenderem “o aborto como direito da mulher” e a legalização da prática até o nono mês de gestação “por qualquer motivo”. A campanha de Dilma foi à Justiça Eleitoral contra os panfletos, que foram apreendidos pela Polícia Federal.

Uma das donas da gráfica é filiada ao PSDB desde 1991. A encomenda foi feita por um intermediário da diocese de Guarulhos que pediu inicialmente 20 milhões de unidades. Mais cedo, o PT afirmou que o consultor da gráfica, Paulo Ogawa, trabalhou no ministério da Saúde quando Serra ocupou a pasta. Já o tucano, negou conhecer Ogawa.

“A despesa é da diocese. A diocese tem pleno direito e isso faz parte da campanha”, disse Serra após encontro com médicos em São Paulo. “Vamos combater a liberdade religiosa agora? Não tem nada demais. É pelo em casca de ovo”, completou.

O tucano afirmou que as acusações do PT buscam confundir os eleitores e minimizar os escândalos na Casa Civil da presidência ligados ao ex-braço direito de Dilma, Erenice Guerra.

“Nós não fazemos campanha com factoides”, disse Serra, para depois criticar “infelizmente, factoide também pega”.

Membros do PV

Acompanhado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do governador eleito Geraldo Alckmin (PSDB), entre outros líderes políticos, Serra recebeu apoio dos candidatos derrotados ao governo do Rio de Janeiro, Fernando Gabeira, e ao governo de São Paulo, Fábio Feldman, ambos do PV.

No domingo, o partido da ex-presidenciável Marina Silva declarou “independência” para o segundo turno.

“Não é segredo meu apoio a José Serra desde o princípio do primeiro turno na hipótese de estarmos aqui”, disse Gabeira, segundo colocado na votação que reelegeu o governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ).

Feldman, que teve menos de 5% dos votos em São Paulo, afirmou que Dilma “tem dificuldade em compreender a questão da sustentabilidade” e que, por isso, declarava apoio ao tucano. “Serra é um homem obstinado pelo bem”, disse ele, um dos fundadores do PSDB ao lado do ex-governador e agora candidato. “São Paulo é o único Estado do hemisfério sul que tem metas [de redução de emissão de poluentes]”, completou.

Serra elogiou seus apoiadores do PV, que também tem uma ala ligada a Dilma, e afirmou que as alianças com Gabeira e Feldman são naturais.

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