11/10/2010 - 13h08

Dilma diz que acusações de campanha de Serra são ''imperdoáveis''

Maurício Savarese
Do UOL Eleições
Em Aparecida (SP)
  • Dilma Rousseff (PT), ao lado do deputado federal eleito Gabriel Chalita (segundo à direita), em uma missa no Santuário Nacional de Nossa Senhora em Aparecida (SP)

    Dilma Rousseff (PT), ao lado do deputado federal eleito Gabriel Chalita (segundo à direita), em uma missa no Santuário Nacional de Nossa Senhora em Aparecida (SP)

Sem admitir o tom mais agressivo no debate da TV Bandeirantes no domingo (10), a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, afirmou nesta segunda-feira, durante visita ao Santuário Nacional de Aparecida, que a campanha de seu rival, José Serra (PSDB), “fere um princípio de convivência essencial” ao incentivar “mentiras e calúnias” contra ela.´"Esses ataques são imperdoáveis", disse.

A petista repetiu que existe uma campanha, principalmente na internet, com o objetivo de acusá-la de querer liberar o aborto e de tolher liberdades religiosas no país se for eleita. Segundo ela, também circulam na web ataques por sua participação na luta contra o regime militar (1964-1985). “Eu passei muito tempo calada sobre tais acusações. Quando vi a dimensão que elas estavam tomando, resolvi tornar isso algo público. Não fui para a internet e disse na forma de boatos. Disse de forma aberta”, afirmou Dilma.

A presidenciável voltou a acusar o candidato da chapa tucana a vice Índio da Costa (DEM) de fazer política com métodos que repudia e atacou Serra por não fazer críticas duras “cara a cara”. “Este é um país que não conhece ódio. As pessoas [da campanha de Serra] não têm uma relação aberta, direta, limpa. Eu não atribuo isso [boatos] a algo ligado a uma questão religiosa, tem conteúdo eleitoral fortíssimo”.

No debate, Serra afirmou que a petista tem uma estratégia de “vitimização para o segundo turno”, que será disputado em 31 de outubro. O tucano disse também que blogs simpatizantes de Dilma também fazem acusações levianas à sua família e a seus amigos.

Assertiva

Questionada sobre sua participação no debate, Dilma afirmou ter sido “assertiva”. “Sempre me recusei a baixar o nível do debate. Passei quase três meses sendo acusada da quebra de sigilo fiscal [na Receita Federal]. Hoje está claro que foi um esquema corrupto de lá de dentro”, disse a líder nas pesquisas.

A petista afirmou que “o debate assertivo” é característica do segundo turno já que a discussão até 3 de outubro (data do primeiro turno das eleições) ficava diluída com as presenças dos candidatos Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) e Marina Silva (PV). A candidata também comentou o escândalo na Casa Civil que levou à demissão de sua ex-braço direito, Erenice Guerra, ao prometer não deixar “pedra sobre pedra” no caso. “É importantíssimo a gente perceber que não existe impunidade”, disse.

Segundo pesquisa Datafolha, a crise na pasta ocupada pela petista até março causou um abalo eleitoral maior do que a polêmica sobre suas declarações em relação ao aborto.

A candidata criticou a postura de José Serra no debate e comparou o tucano aos EUA durante a guerra do Vietnã. “Para a minha geração, isso lembra muito a Guerra do Vietnã, quando havia subestimação dos vietnamitas. Ele tem a mania de subestimar as pessoas e se julgar superior a elas”, afirmou a petista.

Dilma fez nesta segunda-feira sua primeira visita a Aparecida, acompanhada de aliados católicos, como o deputado eleito Gabriel Chalita (PSB).

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