06/10/2010 - 15h20

Dilma recomeça campanha na Baixada Fluminense e promete implantar mais UPPs

André Naddeo
Do UOL Eleições
Em Duque de Caxias (RJ)

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT), recomeçou sua campanha presidencial nesta quarta-feira (6), na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro.

Dilma retoma campanha no Rio de Janeiro

Acompanhada do governador reeleito, Sérgio Cabral (PMDB) e do senador eleito pelo PT, Lindberg Farias, Dilma anunciou que vai levar a Duque de Caxias, Nova Iguaçu e demais municípios da região as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), modelo de segurança já implantado na cidade do Rio de Janeiro.

“Vamos assumir esse compromisso. Nós vamos trazer as Unidades de Polícia Pacificadora que estão dando tão certo lá no Rio de Janeiro, isso significa melhorar a condição de vida das pessoas, que é o que interessa para nós. A segurança é uma questão central”, afirmou a candidata petista.

Dilma também falou por que escolheu a região da Baixada para retomar a sua campanha. “Eu começo pelo Rio porque aqui nós temos um exemplo de uma parceria bem sucedida [entre governo estadual e federal]. Nós colocamos como prioridade a vida concreta das pessoas na Baixada. Eu começo por aqui porque iremos também priorizar duas questões: o tratamento de água e o saneamento básico. Aqui, durante muitos anos, a Baixada ficou sem os investimentos para a vida concreta das pessoas”, completou.

Dilma voltou às ruas justamente na carente Baixada Fluminense, não apenas para fazer as promessas citadas. Há também uma questão estratégica. Além de ter no governador reeleito com mais de 66% dos votos válidos, Sérgio Cabral, o seu grande parceiro na disputa presidencial, o diretório petista sabe que pode angariar ainda mais votos numa região onde a concentração do eleitorado evangélico, que pode ser o fiel da balança neste segundo turno, é bastante forte.

“A baixada tem um simbolismo muito forte. O Lula fez um forte discurso aqui em Caxias, em 2006 [na disputa contra Geraldo Alckmin]. É uma agenda que nós conhecemos bem, uma região densa, com eleitorado forte. E, claro, que os evangélicos também foram um dos motivos, esse tema teve sua importância nesta eleição”, reconhece o senador derrotado no último domingo e presidente da Assembleia Legistativa do Rio (Alerj), Jorge Picciani (PMDB).

A campanha de Dilma reuniu todos os seus aliados para este pontapé inicial. Além de Lindberg Farias, senador eleito e ex-prefeito de Nova Iguaçu, estiveram presentes diversos deputados eleitos da coligação como Benedita da Silva (PT), Jandira Feghali (PC do B), além de uma enorme militância que seguiu a carreta pela região. A candidata petista vai percorrer os municípios de Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Belford Roxo e São João do Meriti.

Mais perto do povo

A campanha do PT para este segundo turno revelou ainda uma outra estratégia. A candidata tinha chegada prevista para as 14h em Duque de Caxias e, após pedido dos jornalistas, foi montado um púlpito para que os microfones que iriam capturar o áudio da entrevista coletiva pudessem ser melhor posicionados.

Quando o carro de som começou a anunciar que Dilma já estava bem próxima do ponto de partida da carreata, a assessoria de imprensa da petista recebeu ordem para retirar o púlpito e as grades que separavam militantes e moradores da região dos repórteres.

Foi o suficiente para que, assim que a van trazendo a candidata estacionasse no local, uma grande confusão tivesse início. A informação dos bastidores dá conta de que a medida foi tomada para que a entrevista fosse feita com Dilma “junto do povo”. Medida inócua para a imprensa, que conseguiu fazer apenas duas perguntas para a candidata, que percebeu o tumulto, disse adeus e foi direto para o veículo que a levaria para o ato de campanha.

Dívida pública, o dólar e o IOF

Dilma ainda comentou as sucessivas queda do dólar no mercado financeiro – a moeda norte-americana caiu 1% e fechou na última terça-feira (5) a R$ 1,675, a menor cotação em 25 meses.

“A questão do câmbio diz respeito ao caso dos EUA e países desenvolvidos ao fato de eles ainda estarem numa crise profunda. Essa crise não vai ser resolvida por ajuste fiscal. O que nós vamos ter que fazer é aumentar a competitividade da indústria brasileira. Tanto através de uma reforma tributária, quanto através do processo de melhoria do endividamento público. A gente partiu, quando chegamos ao governo, de 60% na dívida pública, hoje nós já chegamos a 40%, e isso vai permitir que a gente reduza os juros, e com isso a relação com o câmbio também vai melhorar”, afirmou.

Ela comentou ainda o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), do governo federal, que subiu de 2% para 4%. “Acho que o IOF sempre foi uma das medidas também para impedir mais a especulação do que qualquer outra coisa. E isso é muito importante”, completou.
 

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