04/10/2010 - 19h35

Descrente de apoio do PV, Dilma se aproxima de Marina e ataca Serra

Rodrigo Bertolotto
Do UOL Eleições
Em Brasília

A candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT), afirmou nesta segunda-feira (4) não contar com o apoio da sigla de Marina Silva (PV) no segundo turno das eleições, mas disse que já anunciou que vai procurar a ex-adversária para discutir um eventual apoio. A petista também iniciou ataques a José Serra e ao PSDB neste segundo turno.

“Liguei para Marina para cumprimentar pela votação que ela teve. Acho que é inadequado eu especular, é até desrespeitoso especular se ela vai me apoiar. Mas num segundo momento, vamos conversar”, disse Dilma. “Caldo de galinha, calma e sem atravessar o samba. Vamos discutir isso sem pressão.”

Dilma afirmou ainda que tem mais proximidade de Marina do que Serra. “Mas o apoio dela é algo de foro íntimo”, ressalvou. Já sobre a sigla da adversária no primeiro turno, a petista afirmou: “O PV não está na nossa base, se quiser, será bem vindo. Mas não contamos com isso.” E finalizou: “Ninguém é dono dos votos, ela [Marina] tem consciência disso como eu tenho”.

As afirmações foram feitas após reunião com o governador reeleito do Rio de Janeiro, Sergio Cabral (PMDB), em Brasília. Ao chegar ao local, Cabral disse que “o recado que veio das urnas é muito claro”. “O Brasil quer uma mulher para presidente da República. Por isso, não tenho a menor dúvida de que a Dilma será eleita.”

Ataques a Serra
Dilma também disse que o mérito do segundo turno é de Marina. “O processo eleitoral é feito de movimentos. Mantivemos a média de votação das últimas eleições, mas poderíamos ter avançado. A terceira candidata levou os votos”, disse, classificando a campanha da verde “muito qualificada”.

Em seguida, partiu para o ataque à candidatura tucana. “A política social para eles é um adereço, um detalhe, e para nós está no centro do nosso projeto”, afirmou. Ela ainda ironizou que a dívida externa no governo Fernando Henrique Cardoso em razão de sua “magistral gestão financeira”.

“Quando eles puderam mais, fizeram menos. Nós fizemos mais. O eleitor vai saber que modelo ele quer, se quer repetir o do FHC ou o de Lula”, continuou Dilma. “Quem garante que Serra não repita o modelo de Fernando Henrique?”, completou.

Depois, ao ser questionada sobre o quanto o Lula vai estar em sua campanha, Dilma disse que “não se pode falar do Lula como remédio, não tem dose certa”. “Toda a participação dele é bem vinda porque ele é a maior liderança do partido e do país.”

Dilma ainda saudou a maioria obtida no Senado e na Câmara dos Deputados pelo PT, segundo ela, a maior vitória do partido dos últimos 20 anos. “Caso seja eleita, essa maioria vai permitir a gente fazer as reformas necessárias. Acordei de manhã e agradeci a Deus pelos milhões de votos.”

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