29/09/2010 - 14h25

Diante de religiosos, Dilma nega ter dito que nem Jesus a derrotaria

Rodrigo Bertolotto
Do UOL Eleições
Em Brasília

Após reunião de duas horas e meia com representantes evangélicos e católicos, a presidenciável petista Dilma Rousseff fez um pronunciamento, nesta quarta-feira (29), para desmentir o que o PT qualifica como "boatos" de final de campanha.

"Repudio integralmente afirmações que colocaram na minha boca de que eu usei o nome de Cristo para falar que nem ele me derrotava nessa eleição. É uma calúnia, é uma vilania", disse a petista, ao se referir ao que classificou de "campanha difamatória". "Esse boatos saíram do submundo político e são típicos de final de campanha", afirmou.

Nos últimos dias, circularam rumores, principalmente nos meios evangélicos, de que Dilma era favorável ao aborto e ao casamento de pessoas do mesmo sexo, o que já foi apontado como um dos favores da oscilação nas pesquisas de intenções de votos.

A presidenciável aproveitou a presença das autoridades religiosas para declarar que, em um hipotético governo, não pretende promover um plebiscito sobre o aborto. “É uma questão que só divide o país. E, no final, todo mundo acaba perdendo.” Ela se comprometeu que seu possível governo não seria autor de leis sobre o assunto. “O que eles me pediram é que deixasse o tema para o governo”, disse a candidata.

Na reunião, que aconteceu na manhã desta quarta em seu escritório político em Brasília, a petista reafirmou valores como a liberdade absoluta de crença, cooperação na área de educação e na reabilitação de dependentes químicos em parceria com entidades religiosas, que em um eventual governo seu também desempenhariam essas funções.

Dilma voltou a se declarar contra o aborto, o que fez reiteradamente durante sua campanha. "Sou pela valorização da vida, e pessoalmente acredito que o aborto é uma violência contra a mulher".

Nessa reta final de campanha, a petista tenta não perder votos da base evangélica que apoiou os mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os boatos entre os grupos evangélicos e católicos teriam influenciado, junto com o “caso Erenice” e o clima de “já ganhou”, para o retrocesso da popularidade de Dilma nos últimos dias.

"Na reunião, me comprometi, que em caso de haver um governo meu, ele ouvirá sistematicamente os grupos religiosos. Essa parceria é estratégica para nós", disse a candidata, que se declara católica.

Ela não quis falar muito sobre as últimas pesquisas de intenção de voto. "A grande pesquisa é daqui a três dias", afirmou, ao se referir à votação do dia 3 de outubro com um erro de cálculo.

 

Sites relacionados

Siga UOL Eleições

Hospedagem: UOL Host