27/09/2010 - 21h55

Após comício sob chuva, Dilma recebe apoio de Celso Russomanno (PP) em São Paulo

Rodrigo Bertolotto
Do UOL Eleições
Em São Paulo

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, recebeu na noite desta segunda-feira (27), em São Paulo, o apoio do candidato do PP ao governo paulista, Celso Russomanno, a sua candidatura presidencial.

"Declaro meu apoio à candidatura de Dilma porque ela tem o melhor programa entre os candidatos. É o momento propício para anunciar isso", afirmou Russomanno, durante entrevista coletiva concedida à imprensa após o comício de encerramento da campanha de Dilma, que aconteceu no Sambódromo paulistano. "Eu recebo o apoio com muita satisfação. O arco de forças que apoia minha candidatura está completo", completou Dilma a seis dias das eleições gerais de domingo.

Apesar de não apoiar Dilma oficialmente em nível nacional, o PP liberou seus filiados para apoiar quaisquer dos presidenciáveis. O senador Francisco Dornelles (RJ), presidente da sigla, chegou a ser cotado para ser vice na chapa do tucano José Serra.

A petista foi questionada sobre um eventual apoio de Paulo Maluf, colega de partido de Russomanno. Dilma desconversou. "Eu dou a valor a esse apoio", disse, enquanto abraçava o candidato do PP ao Palácio dos Bandeirantes. Com essa declaração, ela encerrou a entrevista tumultuada em uma sala atrás do palco do comício desta segunda à noite.

Por seu lado, Russomanno afirmou que continua candidato e não disse se apoiaria seu rival petista Aloizio Mercadante em um possível 2º turno. "Eu vou para o segundo turno", afirmou.

As declarações foram dadas após o comício de encerramento de campanha da ex-ministra da Casa Civil, realizado na zona norte da capital paulista. Sob forte chuva, cerca de 30 mil pessoas compareceram ao evento, segundo os organizadores.

O amor venceu o medo

Durante seu discurso, Dilma pregou o amor para cativar a audiência. "Nós vencemos o medo em 2002. Novamente vamos vencer o medo, mas agora não damos só esperança: damos o amor, que vai derrotar o medo e o ódio", afirmou em seu discurso, dando tons sentimentais para uma campanha que foi marcada por denúncias que alvejaram a Casa Civil e a Receita Federal da atual administração.

Ao lado de Dilma, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também discursou e não tocou em temas polêmicos, como é praxe em comício de encerramento de campanha. Lula começou com seus típicos comentários sobre futebol. "Estou com o coração partido, o coração magoado porque o Corinthians perdeu para o Internacional da Dilma", brincou no início da fala.

Mas a maioria do tempo o presidente falou da capitalização da Petrobras que aconteceu na sexta anterior. "Nunca antes na história do planeta Terra houve uma capitalização como essa. E não foi nos Estados Unidos. Não foi na China. Foi no Brasil", comemorou o mandatário, dando dimensão global ao seu chavão preferido ("Nunca antes na história desse país").

Quando foi pedir votos para os candidatos da coligação que estavam no palanque, aproveitou para comentar o acirramento de ânimos nessa reta final de campanha. "Aprendi muito com o radicalismo dos anos 70, 80 e 90, para agora virar um dirigente maduro."

Lula prometeu estar mais duas vezes em São Paulo para apoiar o candidato petista ao Estado. O último evento seria uma caminhada por São Bernardo dos Campos na véspera da eleição: "Vai ser uma caminhada silenciosa, mas apaixonada." Dilma afirmou que também estaria presente nesse evento.

ELE APONTOU O DEDO

  • Lula gesticula durante discurso de Dilma no Sambódromo

O evento do Sambódromo serviu também para convocar a militância petista para um esforço final atrás de votos. "Peço serenidade agora, que nada nos tire do rumo e do prumo. Vamos com determinação até o último voto", discursou no palanque a presidenciável. Na entrevista posterior, disse que não se considera eleita no primeiro turno. "Não vou subir no salto alto. Seria um desrespeito à população brasileira. Quero ser a primeira presidente, mas não faço prognóstico", disse a petista.

O público, formado por caravanas de petistas de diversos bairros e cidades de São Paulo, enfrentou chuva forte, que se intensificou durante os discursos de Dilma e Lula. A plateia puxou o coro "Lula, guerreiro do povo brasileiro" e ainda desfraldou uma bandeira gigante com a frase "Valeu, companheiro Lula".

 Já Mercadante fez alusão à polêmica entre Lula e a imprensa nos últimos dias, afirmando que o partido rival tem "mais força na imprensa". No público também havia faixas de protestos contra a revista Veja e o jornal Folha de São Paulo, mostrando o clima acirrado entre os petistas em relação a alguns meios de comunicação neste fim de primeiro turno.

 

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