21/09/2010 - 15h48

Serra diz que Dilma "não tem tantos votos quanto parece"

Maurício Savarese
Do UOL Eleições
Em São Paulo

Em evento com artistas na capital paulista, o candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, José Serra, afirmou nesta terça-feira (21) que "eleição é uma batalha que se trava no dia" e que pode vencer a favorita Dilma Rousseff (PT), apesar das pesquisas indicarem a derrota do tucano no primeiro turno.

Depois de acusar o PT de promover "bolchevismo sem utopia" e de buscar apenas "curtir o poder", Serra conclamou os artistas simpáticos a ele a dar "uma virada nisto".

Ao falar sobre as intenções de voto na petista, Serra afirmou: "não deve ser tanto assim no dia da votação". "Eleição não é um campeonato, que não dá para recuperar no final. A eleição é no dia 3 de outubro. Se nos mobilizarmos, nós podemos ganhar", disse.

Durante entrevista a jornalistas, Serra disse que, em seus comícios no Nordeste, reduto lulista, tinha a sensação de que "estaria atrás nas pesquisas". Pesquisa Datafolha indica que Dilma tem 65% das intenções de voto entre os nordestinos. "Não estou consertando a pesquisa, sei que existe uma intenção de voto [em Dilma]", disse.

O candidato do PSDB defendeu o aumento dos investimentos em cultura, área hoje coordenada no governo paulista por um de seus coordenadores de campanha, o secretário Andrea Matarazzo.

Estiveram presentes ao encontro os atores Juca de Oliveira e Glória Menezes, o apresentador Luiz Thunderbird e diretores de teatro, entre outros. A eles, Serra indicou que sua derrota lançaria o Brasil em um "período de dúvidas". "Se a eleição tiver resultado ruim, com essa economia incerta...".

Pouco depois, o ex-governador de São Paulo prometeu estender, se eleito, a concessão do Bolsa Família por "um período a mais" a beneficiários do programa social que consigam emprego.

Questionado sobre as falhas no Metrô e na CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), Serra disse que "não sabia" dos transtornos.

Escândalos na Casa Civil

Depois de se recusar a comentar o assunto - "prefiro falar de propostas", Serra voltou a fazer referência aos escândalos na Casa Civil que levaram à demissão da ex-ministra Erenice Guerra, uma das principais aliadas de Dilma no governo. O tucano afirmou que a gestão federal tem problema sistêmico e não apenas de indicações mal-feitas. 

O filho de Erenice, Israel, teria indicado amigos para trabalhar no ministério e um deles, segundo a revista Veja, teria recebido propina de uma empresa farmacêutica por fazer lobby. "O problema que tem no governo federal não é de filho, é de sistema (...) O que se armou na Casa Civil foi um esquema de quadrilha e de corrupção", repetiu. "Isso está claro. Não é problema de ser filho ou de não ser filho. A coisa vai muito mais longe", afirmou.

Erenice, em entrevista à revista IstoÉ, diz ter sido "traída" e que não sabia de lobby na pasta. Dilma rejeitou qualquer vínculo com as denúncias, pediu apuração e punição aos envolvidos.

 

 

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