16/09/2010 - 18h10

Indio culpa Dilma pelo ocorrido na Casa Civil; Temer nega relação com campanha da petista

Andréia Martins
Do UOL Eleições
Em São Paulo
  • Indio da Costa no debate entre candidatos à vice Presidência, nesta quinta-feira (16)

    Indio da Costa no debate entre candidatos à vice Presidência, nesta quinta-feira (16)

O vice na chapa do presidenciável tucano, José Serra, o deputado Indio da Costa (DEM), condenou as denúncias de suspeita de lobby e tráfico de influência na Casa Civil, que levaram à saída da ministra Erenice Guerra da pasta nesta quinta-feira (16).

Durante o debate entre os candidatos à vice-Presidência, promovido pelo portal R7, Indio tentou aproximar em diversos momentos a ex-ministra Erenice Guerra da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff.

“É culpa da Dilma”, disse o democrata. "O que é que aconteceu com a Berenice", perguntou Indio a Michel Temer, vice na chapa de Dilma, trocando o nome da ex-ministra.

Em sua resposta, Temer negou qualquer relação da campanha da petista com as denúncias. “O governo não patrocina nada disso e isso não tem absolutamente nada com a campanha da Dilma". Segundo ele, o governo está apurando "em uma velocidade enorme" o episódio.

O presidente do PMDB também disse não acreditar que o escândalo possa provocar um segundo turno nas eleições presidenciais.“Veja, não estou aqui agindo de salto alto, mas o Datafolha de hoje é um indicativo de que esses fatos não irão macular a candidatura da Dilma. Acho que isso não levaria ao segundo turno. Não isso, talvez por outro motivo”, disse Temer reiterando não estar contaminado pelo “já ganhou”.

Indio voltou ao assunto tentando relacionar o caso a Dilma. “O Lula mentiu o tempo inteiro [sobre o mensalão]. Agora e a Dilma? Ela não era chefe da Erenice?”, questionou o democrata, que ouviu do peemedebista que, no governo, “é muito difícil conhecer os pormenores de cada funcionário”.

Indio também criticou a afirmação do presidente Luis Inácio Lula da Silva de que o DEM deveria ser “extirpado da política brasileira” e sugeriu que Lula teria bebido e por isso dado tal declaração.

Temer saiu em defesa do presidente. “É uma afirmação muito grave. O presidente Lula, socialmente, deve beber com seus amigos ou em eventos, mas não vai a inaugurações embebedado”, disse.

Troca de farpas

Além de Indio e Temer (PMDB), também participaram do debate Guilherme Leal, vice de Marina Silva (PV), e Hamilton Assis (PSOL), vice de Plínio de Arruda Sampaio.

Tentando assumir uma postura mais agressiva com relação aos adversários, Leal protagonizou duas breves discussões durante o debate.

Primeiro ao criticar a declaração de Indio de que a Lei da Ficha Limpa também toca em questões ambientais. Leal insistiu com o democrata que o seu partido havia assinado o novo Código Florestal, que entre as mudanças, propõe anistia a todos os que cometeram crime ambiental. Indio negou a afirmação de Leal. Foi novamente questionado e depois voltou atrás.

“Olha Guilherme, quem vai governar esse país é o Serra, não sou eu ou um grupo determinado do meu partido com posição específica sobre um tema específico”, disse o democrata.

Em outro momento, Leal questionou Hamilton Assis sobre a importância do empreendedorismo para combater o desemprego e ouviu do socialista que “empreendedorismo é papo fiado” e que o empresário teria lucrado com a crise no país. Levemente desconcertado, Leal rebateu dizendo que acreditava no empreendedorismo como forma de geração de emprego e num capitalismo com distribuição de renda.

Depois, o socialista questionou Leal sobre as alianças do PV e chamou o partido de um "patrimônio das oligarquias". O empresário disse que as alianças foram uma "necessidade".


 

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