15/09/2010 - 15h23

Marina "elogia" Mantega por adotar medidas que ela teria sugerido

Rayder Bragon
Especial para o UOL Eleições
Em Belo Horizonte

A candidata do PV à Presidência da República, a ex-ministra Marina Silva, disse nesta quarta-feira (15), em Belo Horizonte, ter “ficado feliz” ao saber que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou medidas de controle na Receita Federal contra a quebra de sigilo fiscal. A presidenciável afirma que a ideia foi proposta por ela.

Recaem sobre servidores do órgão denúncias de vazamento de dados fiscais de pessoas ligadas ao PSDB, fato explorado pela oposição na campanha presidencial. Marina Silva já havia solicitado ao ministro que explicasse o caso.

“Ontem ele se pronunciou, e eu fiquei feliz. Porque eu vi que ele não se pronunciava porque não tinha propostas. Ele apresentou essa proposta que eu tinha colocado em um debate”, disse durante encontro com empresários na Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais).

As medidas anunciadas por Mantega devem entrar em vigor no prazo de 6 meses, e uma das principais é uma espécie de alarme, acionado quando dados de pessoas “politicamente expostas” seja acessado. O ministro se referiu a dados fiscais de políticos, ministros e do Presidente da República.

Outra medida anunciada será a demissão sumária de funcionários da Receita, caso seja comprovado o compartilhamento irregular de senhas de servidores do órgão.

“Toda vez que alguém acessa a sua conta bancária, o seu cartão de crédito, você é notificado. Onde, como e por quê. A mesma coisa tem que ser em relação à Receita”, exemplificou a candidata ao explicar de onde veio a ideia do controle sugerido ao órgão.

Casa Civil

Ela ainda comentou a iniciativa do Planalto em escalar ministros para defender a presidenciável Dilma Rousseff e a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, esta acusada de tráfico de influência em favor de empresa do filho.

“Eu vejo isso como alguém que tem preocupação com o bom funcionamento das instituições. (...) Nós temos que ter uma atitude de transparência, e nenhum tipo de banalização do dolo e do erro”, disse, para em seguida criticar o que classificou de “vale-tudo eleitoral”.

“Eu vou discutir o que interessa para o Brasil. Saúde, educação e segurança e que a gente tenha um sistema eficiente, com transparência, para evitar tráfico de influência, para evitar corrupção, deixando as instituições funcionarem corretamente. Vou fazer igual ao presidente (dos EUA Barack) Obama, colocar as informações na internet. Foi assim que fiz no Ministério do Meio Ambiente” declarou a candidata.

Ao ser questionada sobre a acusação de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva age como o “chefe de uma facção”, feita pelo ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, a presidenciável se esquivou.

“A minha opinião é que devemos deixar que as instituições funcionem de forma neutra. A função de qualquer agente público é viabilizar as políticas públicas voltadas para a melhoria da qualidade de vida das pessoas”, disse Marina Silva.

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