Marina diz que Mantega tem de explicar episódio de quebra de sigilo

A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, chamou de omisso o ministro da Fazenda, Guido Mantega, por não se pronunciar sobre o episódio da quebra do sigilo fiscal de pessoas ligadas ao candidato do PSDB, José Serra. A declaração foi dada durante entrevista concedida ao Jornal do SBT na noite desta quinta-feira (2).

"O certo é pedir investigações e punição com rigor aos culpados. O ministro Mantega deve dar uma explicação", afirmou a ex-ministra do Meio Ambiente.  "Para além do problema eleitoral, tem uma sociedade que quer que o problema se solucione", disse.

Uma servidora da Receita Federal acessou, em setembro de 2009, a declaração de renda de Verônica Serra, filha do tucano, com uma procuração falsa em nome de Verônica. Outras pessoas ligadas ao PSDB tiveram seu sigilo fiscal quebrado, como Eduardo Jorge, Luiz Carlos Mendonça de Barros, Ricardo Sérgio de Oliveira e Gregório Marin Preciado.

Para Serra, os sigilos foram quebrados pela campanha de Dilma Rousseff (PT) na tentativa de obter informações para um dossiê que pudesse incriminá-lo. A campanha da petista nega, e a própria ex-ministra da Casa Civil prometeu processar o rival por conta das acusações, tidas por ela como "levianas". Segundo o último levantamento do Datafolha, Dilma lidera a corrida ao Palácio do Planalto com 49% das intenções de voto, contra 29% de Serra e 9% de Marina.

A candidata do PV foi questionada sobre casamento gay e aborto, no que reafirmou ser favorável a união civil entre homossexuais (e não ao casamento) e à realização de um plebiscito que decida sobre o aborto, uma vez que, pessoalmente, ela mesma é contrária.

Por fim, ao ser indagada sobre por que o eleitor deveria votar em sua candidatura, Marina disse: "Se o Lula foi capaz de manter o Plano Real do Fernando Henrique [Cardoso, presidente da República entre 1995 e 2002], eu ou outro pode manter as políticas dos últimos 16 anos".

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