01/09/2010 - 17h34

Em encontro com sindicalistas, Serra insinua comparação de Lula e Dilma a Maluf e Pitta

Diego Salmen
Do UOL Eleições
Em São Paulo
  • Os tucanos Geraldo Alckmin e José Serra em evento com sindicalistas em São Paulo

    Os tucanos Geraldo Alckmin e José Serra em evento com sindicalistas em São Paulo

O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, voltou a criticar nesta quarta-feira (1º) a petista Dilma Rousseff (PT), sua principal adversária nas eleições deste ano. “Não se governa na garupa, isso não existe”, afirmou o tucano. “Vocês têm exemplos em São Paulo, têm exemplos em todos os lugares. É pensar um pouquinho”, disse.

A declaração faz referência ao ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf que, na campanha eleitoral de 1996, indicou seu então secretário de Finanças, Celso Pitta, para sucedê-lo no comando da capital paulista. “Se o Pitta não for um bom prefeito, nunca mais votem em mim”, disse Maluf na ocasião. Pitta foi eleito, mas teve seu mandato cassado pela Justiça após se envolver em escândalos de corrupção.

Ao lembrar de Maluf e de seu sucessor na prefeitura paulistana, Serra tentou minar a capacidade do presidente Lula de transferir votos para Dilma (a última pesquisa Datafolha, divulgada no dia 26 de agosto, mostra a petista com 20 pontos de vantagem sobre o tucano). O discurso foi feito durante encontro do presidenciável do PSDB com sindicalistas na cidade de São Paulo.

No evento, participaram em apoio a Serra sindicalistas da UGT (União Geral dos Trabalhores), da Força Sindical, da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e da Nova Central. Integrantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores), entidade que tem fortes vínculos com o PT, não compareceram ao encontro.

Após a publicação desta reportagem, a CTB entrou em contato com o UOL Eleições e disse que nenhum sindicalista fala em nome da identidade em apoio a José Serra. A CTB apoia a candidatura de Dilma à Presidência.

Promessas

Serra estava acompanhado do candidato tucano ao governo paulista, Geraldo Alckmin, e de seu candidato a vice, Guilherm Afif Domingos. Ao longo de seu discurso, o presidenciável prometeu realizar obras de metrô por todo o país se vencer a corrida eleitoral. "Todas as cidades com mais 500 mil habitantes terão um metrô se eu for eleito", afirmou ele, que também prometeu menos impostos para os trabalhadores. "Vamos fazer uma legislação nacional para que o trabalhador pague menos imposto", disse, sem especificar a proposta.

Diante de uma plateia lotada de sindicalistas, o ex-governador de São Paulo ainda se comprometeu a "trabalhar para materializar" a redução da jornada de trabalho.

A fala de Serra foi precedida pela de Alckmin, que acusou o governo Lula de ter tirado dinheiro da área da Saúde e prometeu que, se eleito governador, irá fazer o repasse de um bilhão de reais do Estado a municípios para a construção de creches. 

Na tentativa de minimizar a queda de Serra nas últimas sondagens eleitorais, Alckmin citou o ex-governador do Rio de Janeiro Leonel Brizola. "Brizola dizia que se pesquisa ganhasse eleição, não precisava ter eleição".

Mais ataques

José Serra também acusou o governo Lula de ter reduzido os recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) - criado pelo tucano quando ele foi deputado da Assembleia Constituinte, na década de 80. "Não é uma ironia? O programa de uma candidata fala o tempo inteiro de requalificação, mas o governo baixou sete vezes os recursos do FAT [para a área]", indagou Serra, sem citar a candidata petista. 

O tucano afirmou ainda ter criado, na Constituinte, o Fundo de Desenvolvimento do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, responsável, segundo ele, pela injeção de bilhões de reais nessas regiões nos últimos anos. "Dos políticos de fora do Nordeste, eu desafio quem quer que seja a fazer mais do que eu fiz pelo Nordeste", afirmou Serra. 

 

 

 

 

 

 

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