23/08/2010 - 22h48

Sem Dilma, Serra e Plínio atacam petista em debate católico

Carlos Bencke e Diego Salmen
Do UOL Eleições
Em São Paulo

Os candidatos à Presidência da República José Serra (PSDB) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) criticaram a ausência da adversária Dilma Rousseff (PT) em debate na noite desta segunda-feira (23), em São Paulo. O encontro é promovido pela TV Canção Nova e pela Rede Aparecida de Comunicação, emissoras de rádio e TV católicas com retransmissoras espalhadas por todo o país.

"Dos quatro candidatos, tem uma que não podia deixar de estar aqui. O meio cristão sabe muito bem quem é José serra, quem é Marina e eu acho que nenhum dos bispos e padres que estão aqui deixam de me conhecer. No entanto, essa senhora, que é uma incógnita, que não sabemos quem é, que foi inventada pelo Lula, manda uma cartinha cheia de platitudes, foge do debate...", atacou o candidato do PSOL, antes de ser aplaudido pela plateia.

"O que nós temos são três recortes em matéria econômica que não representam orgulho para nós: primeiro, a maior taxa de juros do mundo. A candidata ausente tem defendido essa política", afirmou o tucano, ao ser questionado sobre como via o atual momento econômico do país. 

O ex-governador de São Paulo voltou a cobrar a presença da rival no debate quase ao final do encontro. "Dilma não quer explicar as coisas que acontecem, o que ela pensa, numa atitude de manipulação da opinião pública", afirmou.

Durante o evento, a petista postou em seu perfil no Twitter uma mensagem alheia à discussão que se travava no debate. "Olha q interessante,o Pato Fu interpretando músicas de sucesso usando instrumentos de brinquedo", publicou a ex-ministra da Casa Civil.

Informado por assessores, Plínio voltou a atacar Dilma: "Sabe o que ela está fazendo? Tuitando! (...) Os meus tuiteiros disseram que ela está agora assistindo a uma banda chamada Pato Fu", criticou.

Além de Serra e Plínio, participou do encontro Marina Silva (PV). Dilma não compareceu alegando "problemas de agenda", e o púlpito dedicado a ela no evento ficou vazio ao lado do candidato tucano.

Em sua participação, a ex-ministra do Meio Ambiente voltou a demonstrar o nervosismo exibido no debate Folha/UOL promovido na última quarta-feira (18). A candidata teve muita dificuldade em concluir seus raciocínios no tempo estipulado para as respostas que lhe eram solicitadas.

Aborto e criminalização da homofobia

O candidato do PSOL, assumidamente católico, defendeu o direito ao aborto, enquanto Marina propôs um plebiscito para resolver a questão, apesar de pessoalmente ser contrária à prática. "Eu defendo que na democracia se faça o plebiscito para que se faça aquilo que está faltando, o debate aberto", disse a candidata verde.

Uma das perguntas provocou os candidatos sobre a possibilidade de apoiarem a criminalização da homofobia. Plínio mostrou-se favorável à criminalização. "Sou contra toda e qualquer forma de desiguldade", afirmou.

Já o candidato do PSDB foi inconclusivo. "Preferência sexual não pode ser objeto de discriminação. Que as religiões tenham princípios ou crenças é perfeitamente normal e compreensivo", disse, para em seguida defender o direito das igrejas pregarem seus princípios dentro de recintos religiosos.

Os presidenciáveis também foram questionados sobre a importância de Deus e da religião para o presidente da República. "Acho bom que presidente da República acredite em Deus", disse Serra. "Deus é tão bom que pessoas que não creem também podem ser justas, podem ser éticas", afirmou Marina.

Segundo o Datafolha, Dilma tem hoje 47% das intenções de voto, contra 30% de Serra. Considerados apenas os votos válidos, Dilma teria 54% - o que encerraria a disputa no primeiro turno. De acordo com o levantamento, 57% dos entrevistados acredita em vitória da petista, contra 22% que atribuem o mesmo desempenho ao tucano.

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