Dilma e Lula fazem panfletagem em porta de fábrica no ABC

Em um evento marcado pela desorganização e pelo pátio de fábrica lotado ainda na madrugada por cerca de 5.000 pessoas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a candidata do PT ao Palácio do Planalto, Dilma Rousseff, fizeram panfletagem em São Bernardo do Campo no início desta segunda-feira (23). O ato na cidade onde ocorreram as greves mais importantes durante a ditadura deveria ser o mais simbólico do roteiro de três dias da presidenciável no Estado.

A ideia original era que Lula e Dilma apenas passassem pelos trabalhadores distribuindo panfletos, na tradição petista. Mas, para surpresa do presidente, havia um grande caminhão de som à espera. “Era para ser algo mais normal”, admitiu o ex-líder sindical assim que assumiu o microfone, depois de discursos de Dilma, do indicado do partido ao Palácio dos Bandeirantes, Aloizio Mercadante, e da postulante ao Senado Marta Suplicy.

Em seu breve discurso, Dilma afirmou que a visita serviria para “firmar um compromisso” com os operários presentes no pátio da montadora Mercedes Benz. Prometeu governar, se eleita, “levando em consideração os direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras”. “Os governos têm de ter lado. O nosso lado é um só: crescimento econômico com emprego”, afirmou a líder nas pesquisas de intenção de voto, com chance de vencer no 1º turno.

Já Lula se referiu a Dilma como "presidenta" durante seu discurso. "Estou muito feliz de estar aqui às cinco horas da manhã com a nossa presidenta. Eu digo 'nossa presidenta' porque eu tenho a convicção de que, sabe... se Deus está conosco, quem está contra a gente"?

Lula acelerou os companheiros de partido para iniciar o corpo-a-corpo, antes da entrada dos funcionários na linha de montagem. “Vamos descer logo. Não é sempre que um trabalhador recebe uma presidente da República, um governador, uma senadora”, disse o presidente, que, pouco antes das 6 da manhã, desceu do carro de som com pressa. No solo, abraçou ex-companheiros de sindicato e apresentou Dilma a eles.

Quando levou sua candidata para o portão da fábrica, criou-se uma grande confusão entre funcionários e jornalistas. Por conta disso, Dilma adiou para mais tarde a entrevista coletiva que estava preparada no local. Ainda na manhã de segunda-feira, ela participa de um evento no Senai em São Paulo. O giro da ex-ministra pelo Estado começou na sexta-feira (20), com um comício em Osasco. Outro reduto petista, Mauá, recebeu a candidata no sábado.

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