18/08/2010 - 13h05

No 5º bloco, Dilma e Serra trocam farpas sobre apagão e caos em aeroportos

Rosanne D'Agostino
Do UOL Eleições
Em São Paulo
  • Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) entraram em confronto durante debate Folha/UOL

    Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) entraram em confronto durante debate Folha/UOL

No quinto bloco do debate entre candidatos à Presidência da República, que participam nesta quarta-feira (18) do encontro online promovido pelo jornal Folha de S.Paulo e pelo portal UOL, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) entraram em confronto sobre apagão, racionamento de energia elétrica e caos nos aeroportos -crises ocorridas durante os governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.

Dilma, Serra e Marina Silva (PV), participam do debate, o primeiro debate da história da internet, no Tuca, teatro da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). Os internautas também puderam enviar suas perguntas.

Questionado por um internauta sobre o que faria com relação aos impostos no país, Serra aproveitou para alfinetar Dilma sobre o setor de energia elétrica. A petista foi ministra de Minas e Energia do governo Lula. "O imposto sobre energia elétrica subiu, isso foi na gestão da Dilma. A luz que a gente acende, nós pagamos mais que o dobro de imposto federal que pagávamos", afirmou.

Em seguida, Dilma rebateu o tucano ao falar sobre o acidente ocorrido entre um Boeing da empresa aérea Gol, que se chocou com um jato Legacy matando 154 pessoas em 2006. O internauta, autor da pergunta, lembrou da crise aérea provocada pelo acidente durante o governo Lula, e questionou a candidata sobre o que ela faria para melhorar a fiscalização no setor aéreo. "Iremos esperar que as nossas aeronaves se choquem no espaço aéreo brasileiro como foi o caso da Gol?"

Dilma argumentou que "aeronaves não se chocaram no espaço aéreo por falta de fiscalização". "Houve falha humana nesse caso da Gol", afirmou. Segundo ela, "a Anac [Agência Nacional de Aviação] tem todos os instrumentos legais e operacionais para fazer a fiscalização e deve multar a empresa que deixa passageiro esperando."

A petista ainda rebateu Serra usando crise do governo FHC, posteriormente também enfrentada por Lula, o apagão de energia elétrica. "Eu queria também destacar que nós podemos acender a luz hoje. Houve racionamento de oito meses, e aí de fato, a luz não podia ser acendida nem nos aeroportos", disse. "No passado, havia racionamento de oito meses no Brasil e, de fato, a luz não podia ser acendida nem nos aeroportos no período de 2001 a 2002. Ficamos em torno de sete meses nessa situação. Eu também não estou satisfeita com os investimentos realizados nos aeroportos. Vocês podem ter certeza que eu sei como fazer uma Copa e Olimpíadas bastante seguras no que se refere aos aeroportos. O acidente da Gol foi falha dos pilotos", completou.

Serra, por sua vez, voltou a afirmar que houve aumento de impostos pelo governo federal. "Em primeiro lugar, nós demos sim incentivos fiscais em São Paulo durante a crise e aumentamos investimento público. E isso permitiu garantir um milhão de empregos. Obviamente não se espera que nossos adversários vão reconhecer isso. Agora, eu vou baixar imposto sobre saneamento, a candidata não respondeu, fez de conta que eu não tinha perguntado. O governo federal investiu dinheiro do Tesouro, não é investimento. Só nesse governo é que se mede empréstimo como gasto."

Já com relação aos pedágios, ponto criticado em sua gestão como governador de São Paulo, cargo que deixou para concorrer à Presidência, Serra disse que o Estado hoje tem as melhores estradas do Brasil. "É onde os acidentes mais diminuíram no país. Em estradas federais, nós vemos o índice de mortalidade aumentando, uma situação bastante dramática. Portanto temos aí um quadro que não pode ser analisado em separado do pedágio, tem que ser analisado em conjunto."

Dilma, em seguida, teve de responder a questão sobre porque ela atribuía ao governo Lula tudo o que houve de positivo no país. Segundo o internauta, "as coisas não acontecem mesmo do dia para a noite". Dilma concordou, mas minimizou: "A estabilidade do Real foi uma conquista do governo FHC, em parte. Porque nós recebemos um governo com uma taxa em descontrole, dívida externa elevadíssima. Tínhamos feito empréstimo ao FMI [Fundo Monetário Internacional], que controlavam nossos investimentos. Ora, nós tivemos que ter todo o trabalho de estabilizar o Brasil", defendeu.

Já Marina foi questionada sobre sua atitude com relação à transparência do governo federal. "Eu me comprometo a ter uma gestão transparente. Em função dos constantes escândalos da gestão pública, as pessoas vão ficando cada vez mais desconfiadas. O desperdício deve ser evitado, recursos públicos, dinheiro público, saúde fica horas e horas na fila para fazer um exame. É preciso ter atitude de transparência para colocar os dados na internet. É o meu compromisso, ter transparência para combater a corrupção e a impunidade."

A candidata do PV também foi questionada sobre o que fará sobre o "apagão tecnológico", nas palavras de um internauta do UOL, na área da educação. ''Os investimentos e propostas dos últimos 16 anos eu vou manter. Temos que ter postura mais generosa na política. Os meios têm que estar muito bem associados aos fins. Nós vamos manter as apostas que deram na estabilidade econômica. Na política social, a mesma coisa. Em educação, precisamos de uma educação de qualidade, buscar parceria com a iniciativa privada. Temos que ampliar o que já foi feito e tem seus méritos. Vamos fazer no Brasil, em cinco anos, o que Juscelino fez em 50 em relação à educação", concluiu.

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