13/08/2010 - 17h15

No RS, Dilma afaga PDT e defende programa Minha Casa, Minha Vida

Alexandre de Santi
Especial para o UOL Eleições
Em Porto Alegre

Dilma defende Minha Casa, Minha Vida

A candidata à Presidência pelo PT, Dilma Rousseff, disse nesta sexta-feira (13), em Porto Alegre (RS), que a Caixa Econômica Federal está “errada” em omitir dados desfavoráveis ao programa Minha Casa, Minha Vida no seu balanço, como mostra o jornal Folha de S.Paulo de hoje. A presidenciável visitou o diretório estadual do PDT na capital gaúcha - partido que lhe dá apoio nacionalmente, mas que compõe a principal chapa adversária do PT no Estado.


Segundo a Folha, o relatório de junho do programa mostra que, para o grupo de renda de até três salários mínimos, somente 565 das
240,5 mil casas contratadas foram entregues. Esse conjunto da população concentra cerca de 90% do deficit habitacional do país, de acordo com o jornal.

Dilma, que foi a gerente do projeto durante sua passagem no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que, se a Caixa não colocou a informação, “não colocou porque não quer”, mas defendeu os resultados do programa.

 

De acordo com Dilma, o sucesso do Minha Casa, Minha Vida está no encurtamento do período entre a contratação e a construção de moradias e que o processo de contratação é o mais difícil, valozirando a marca de mais de 240 mil casas prometidas para famílias de renda de até três salários mínimos.

“Nas primeiras reuniões, os empresários disseram que é impossível fazer 1 milhão de casas e se propuseram a fazer 200 mil. Daí dissemos a eles que não pode ser 200 mil. Primeiro chegamos a 500 mil e depois a 1 milhão”, comemorou Dilma. “Ainda temos muita coisa para aperfeiçoar, não somos perfeitos. Mas estamos dando um show porque tem mais de 500 mil contratadas no Brasil”, disse.

A candidata também afirmou que a faixa de até 3 salários mínimos é a de mais fácil aquisição de moradias pelo Minha Casa, Minha Vida, já que o governo subsidia todo valor do imóvel - uma situação que surpreendeu a candidata na época da formatação do programa. “Então, para mim, esta não é a forma correta de abordar um tema que foi um desafio e que é reconhecido que houve um esforço dda Caixa, dos empresários e das prefeituras”, disse, em referência à reportagem.

Defesa do PAC

Questionada sobre o balanço da organização não-governamental (ONG) Contas Abertas, que apontou que 52% das obras do PAC ainda não saíram do papel, a candidata questionou a metodologia do levantamento. Uma das principais bandeiras da candidatura de Dilma, o PAC deve ser analisado pelo valor aplicado e não pelo número de obras concluídas, argumentou a ex-ministra - que ganhou o apelido de “Mãe do PAC” por parte do presidente Lula.

“Compara uma obra do porte da hidrelétrica de Jirau, que está na faixa dos R$ 10 bilhões, com uma obra de R$ 2,5 milhões. Não dá para comparar. Ela está comparando tomate com maçã”. Segundo Dilma, 70% do valor do orçamento do PAC já foi pago e 47% das obras foram concluídas.

Afago ao PDT

Em Porto Alegre, a candidata não teve a companhia do candidato petista ao governo, Tarso Genro. Como ela estava na cidade para agradar ao PDT, que ocupa a vaga de vice na chapa de José Fogaça (PMDB), mas que dá apoio nacionalmente ao PT, o candidato petista não acompanhou a Dilma para evitar constrangimentos. Fogaça e Tarso disputam o primeiro lugar na intenção de voto do gaúchos.

Pela manhã, Dilma recebeu apoio de prefeitos e políticos do Interior de sete partidos diferentes, incluindo PDT e PMDB. À tarde, a candidata foi à sede dos trabalhistas para inaugurar o comitê suprapartidário de apoio à candidata. Em 2000, Dilma deixou o PDT por divergências com campanha eleitoral para a prefeitura de Porto Alegre.

Ao lado de Pompeo de Mattos (PDT), candidato a vice na chapa de Fogaça, Dilma disse que seu candidato no Rio Grande do Sul é Tarso Genro. “Só subo no palanque de quem me dá apoio”, disse a ex-ministra. Fogaça não declarou apoio formal a Dilma para agradar setores do PMDB gaúcho que têm mais afinidade com o PSDB e fazem campanha para José Serra.

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