23/07/2010 - 22h52

Marina diz que Serra e Dilma põem "eleitor no anonimato" ao "fugirem de debates"

Diego Salmen
Do UOL Eleições
Em São Paulo

A candidata do PV à Presidência do República, Marina Silva, criticou seus adversários, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), por "fugirem do debate". "Toda vez que eles fogem do debate eles estão pondo o eleitor no anonimato", afirmou. "Ao invés do cidadão os escolher, eles estão escolhendo o eleitor", disse.

A declaração, que faz menção à desistência de ambos participarem de um debate promovido por diversos portais na internet, foi dada pela ex-ministra do Meio Ambiente durante o programa 3 a 1, da TV Brasil, na noite desta sexta-feira (23).

Em sua fala, Marina também reivindicou sua origem de família pobre como fator para habilitá-la ao exercício da presidência. "Eu sei o que é não ter oportunidade (...) Esse país precisa de igualdade de oportunidades", afirmou. Ela também comentou o resultado da pesquisa Vox Populi divulgada nesta sexta, onde aparece com 8% dos votos - contra 33% de Serra e 41% de Dilma. ""Nós já fizemos algumas reviravoltas", disse Marina, citando a inclusão do meio ambiente na pauta política.

Alianças e desenvolvimento

Sem citar nomes nem partidos, a senadora alfinetou o arco de alianças do governo Lula e a coligação de sua adversária na disputa pelo Planalto, a petista Dilma Roussef, com o PMDB. "As pessoas fazem alianças que não tem nenhuma coerência", alfinetou. "A boa política não tem espaço", disse.

"Nós já tivemos oito anos para aprender com essa experiência", disse, após mencionar as dificuldades enfrentadas pelos governos Lula e FHC (1995-2002) ao tentarem tocar suas administrações sem grandes arcos de sustentação política. 'Nem os grandes conseguiriam, nem eu conseguiria com apenas 14 deputados [total da bancada do PV]", disse. "Eu sinceramente acredito que nós podemos construir as parcerias a partir de uma visão programática. Não dá para a gente fazer o discurso hipócrita de criticar a política e continuar a fazer a política do jeito que ela é feita neste país"

Ela voltou a dizer que o PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] do governo Lula não é um programa de investimentos, e sim um "gestor de obras". "Nós precisamos de um programa que pense o desenvolvimento do país para os próximos 20 e 30 anos levando em conta a conjuntura econômica e social", disse.  Na avaliação de Marina, Dilma e o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, "são muito parecidos" no que diz respeito à visão de desenvolvimento sustentável. "Ambos são desenvolvimentistas (...) acho que falta a visão, falta ter compreendido esse discurso e entender o que estava acontecendo no mundo", afirmou.

Política externa

"Em política externa, a melhor forma de nos direcionarmos é com base em princípios", disse a ex-ministra do Meio Ambiente ao ser questionada sobre a postura do governo Lula na crise que culiminou com o rompimento das relações diplomáticas entre Venezuela e Colômbia. "Criamos ambiguidades, e devemos corrigir essas ambiguidades", afirmou, em relação a relação entre o governo brasileiro e o país presididido por Hugo Chávez.

A acriana também avaliou que "não se está sabendo como encaminhar adequadamente o Mercosul". "Não é uma união aduaneira, nem tarifária", disse.

Reforma tributária

Marina não se comprometeu em fazer a reforma tributária e criticou o "consenso oco" em torno da proposta. "É mágica: aquilo que não se fez e é difícil de fazer vai ser feito nas eleições", ironizou. "Vamos fazer um esforço muito grande pela reforma, mas vamos buscar um caminho para fazê-lo".

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