27/06/2010 - 16h24

PSDB mineiro minimiza crise entre tucanos e democratas para a escolha do vice de Serra

Rayder Bragon
Especial para o UOL Eleições
Em Belo Horizonte

A cúpula do PSDB mineiro procurou neste domingo (27) minimizar a crise entre os tucanos e o DEM em torno da escolha do vice para a chapa de José Serra, instalada após o anúncio de que do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) será o vice. Os democratas, que pleiteiam a vaga, ameaçaram retaliar os tucanos e levar o confronto até a convenção nacional do partido, marcada para a próxima quarta-feira, inclusive com indicativo de anunciar o nome do vice de Serra, à revelia da decisão do PSDB.

O ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves, apesar de admitir que no cenário nacional o entendimento entre as duas legendas “é mais complexo”, atribuiu a Serra as condições para atender aos desejos do partido aliado. “A autoridade do Serra vai prevalecer e ele vai conseguir construir a unidade em torno do seu nome e do vice que ele achar mais adequado, se for o senador Álvaro Dias, terá o nosso apoio”, disse o tucano após sair de convenção estadual do PSB. Na saída, Aécio ouviu manifestantes gritarem “fora PSDB”.

Em seguida, ele participou da convenção do PSDB, que oficializou o nome de Antonio Anastasia, governador de Minas Gerais e candidato à reeleição, e o de Aécio para concorrer ao Senado. Porém, o nome do vice ainda está em aberto e deverá ser anunciado nesta semana. A outra vaga para o Senado será ocupada pelo ex-presidente da República Itamar Franco, nome referendado pelo PPS em convenção feita ontem.

Questionado se a escolha de Dias deveria ser revista, Anastasia disse acreditar que as duas legendas vão entrar em entendimento nos próximos dias. “Acredito que a indicação do senador Álvaro Dias pelo PSDB e as eventuais dúvidas existentes vão ser esclarecidas”, afirmou.

"Briga de casal"
O secretário-geral do PSDB nacional, deputado federal Rodrigo de Castro, fez coro às declarações de Aécio e Anastasia e comparou o episódio a uma briga de casal. Ele disse que a escolha do senador foi “bem embasada”. “Isso é como um relacionamento normal, nem sempre as duas partes estão de acordo. Quando surge uma divergência, ou até mesmo uma rusga, tudo se resolve com diálogo. Isso é uma briguinha (entre PSDB e DEM), mas não é uma crise conjugal. Depois, no café da manhã, está tudo bem”.

Ele afirmou ainda acreditar que, com o passar do tempo, a decisão tomada pelos tucanos vai ser percebida como a ideal para a composição da chapa. Segundo ele, o partido aliado não deverá abandonar a aliança da oposição. “Nós temos certeza que o tempo vai mostrar que essa decisão foi correta. (...) Mesmo que haja algum tipo de irritação, o que é normal e legítimo, ela será apenas passageira, mas o DEM estará coeso conosco”, disse.

Compartilhe:

    Sites relacionados

    Siga UOL Eleições

    Hospedagem: UOL Host