15/09/2010 - 23h01

Alckmin evita confronto e Mercadante critica Tiririca em debate Folha/RedeTV!

Carlos Bencke e Maurício Savarese
Do UOL Eleições
Em São Paulo

No debate Folha/RedeTV!, realizado nesta quarta-feira (15), os seis principais candidatos ao Palácio dos Bandeirantes evitaram críticas diretas uns aos outros. O líder nas pesquisas de intenção de voto, Geraldo Alckmin (PSDB), não confrontou o segundo colocado, Aloizio Mercadante (PT), que, por sua vez, também baixou o tom das críticas contra o tucano.

O momento de destaque do debate foi provocado por Renata Lo Prete, jornalista da Folha de S.Paulo, ao questionar Mercadante sobre se havia constrangimento pela presença do palhaço Tiririca, candidato a deputado federal pelo PR, na coalizão em torno dele. Pesquisa Ibope apontou o humorista como provável recebedor de cerca de um milhão de votos no maior colégio eleitoral do país.

“O povo de São Paulo tem de eleger gente que tem projeto, tem história política. A maturidade da nossa democracia vai ganhar essa eleição”, disse Mercadante. Depois, fez um apelo: “Votem nos melhores, votem em quem tem uma proposta. Gente que tem história. Não posso impor aos partidos da minha legenda quais candidatos vão escolher. Entrei em contato com a direção do PR e disse que não podia ser daquele jeito. Houve uma melhora na propaganda [de Tiririca]. Vote em gente séria”.

Participaram, além de Alckmin e Mercadante, os candidatos Celso Russomanno (PP), Paulo Skaf (PSB), Fábio Feldmann (PV) e Paulo Búfalo (PSOL). O grande número de debatedores evitou momentos de confronto até o terceiro bloco, sem Alckmin e Mercadante fazerem perguntas um ao outro uma vez sequer ao longo dos cinco blocos do debate.

Apenas nos comentários finais, o tucano devolveu algumas das críticas distribuídas, sem contudência, ao longo das duas horas do encontro. "Eu não vim aqui para fazer bate boca, trazer informação errada nem para falar mal de São Paulo. Estou aqui para falar do futuro", disse.

Pouco antes, Mercadante acusou o ex-governador de engrossar as críticas em entrevistas e evitá-las nos debates. "Aqui é olho no olho, frente na frente. É no debate que a gente cresce", disse o petista, que corre risco de ser derrotado já no primeiro turno apesar do apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Citação única

Alckmin evitou o tom mais agressivo que usa em seu programa no horário eleitoral obrigatório e só citou o partido de Mercadante ao falar sobre educação, no primeiro bloco. “A progressão continuada foi introduzida em São Paulo pelo PT, por um grande educador, Paulo Freire. Foi introduzido pela prefeita Luiza Erundina, mantido pela prefeita Marta Suplicy e está certo”, disse.

Skaf, que tem 2% de intenção de voto na mais recente pesquisa Datafolha, adotou postura mais crítica a Mercadante, com quem tinha evitado se confrontar em debates anteriores. Questionou qual era a experiência executiva do senador, que respondeu associando sua trajetória à do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ao ouvir o petista dizer que o presidente também não tinha experiência no poder executivo quando se elegeu, Skaf afirmou: “A arte de tirar do papel e fazer acontecer é diferente, Mercadante. Você pode não ter essa combinação. Acho um pouco de pretensão sua se comparar ao presidente Lula”.

Nas duas vezes em que teve chances de fazer perguntas, Alckmin optou por perguntar ao ex-tucano Feldmann e a Skaf, evitando confronto com Mercadante. Na pergunta que teve de dirigir ao candidato do PSOL, o petista retrucou: "Já que ele não faz questões a mim e não tenho a chance de perguntar a ele, pergunto a você".

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