Candidata do DEM e opositora do governo Lula vence no Rio Grande do Norte

Aos 57 anos e após três mandatos como prefeita de Mossoró —a segunda maior cidade do RN, com cerca de 250 mil habitantes—, a democrata Rosalba Ciarlini vence, no primeiro turno, as eleições de 2010 e assume o cargo de governadora do Rio Grande do Norte.

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De acordo com pesquisas do Ibope, a nova governadora iniciou sua campanha com 48% das intenções de voto dos eleitores, contra 20% de seu principal concorrente, Iberê Ferreira, e com a missão convencer o eleitorado e a mídia de que podia vencer em uma região onde a maioria da população declara voto a candidata à Presidência, Dilma Rousseff, do PT.

Durante as eleições, a democrata teve o apoio do PSL, PTN, PSC, PMN e PSDB. No âmbito federal, o DEM do Rio Grande do Norte optou por apoiar o candidato tucano à Presidência da República, José Serra.

No entanto, assim como outros aliados de Serra, a campanha de Rosalba acabou deixando o candidato de lado nas propagandas gratuitas, fazendo apenas aparições discretas ao longo da campanha.

No final de agosto, a então candidata amargou seu pior resultado nas pesquisas, com 45% das intenções. Os últimos dados divulgados pelo Ibope, no entanto, apontaram um crescimento de 5 pontos percentuais para Rosalba e 27 pontos percentuais a frente do candidato do PSB.

Serra e a campanha

Em algumas ocasiões, a democrata foi questionada sobre os motivos pelos quais sua campanha optou por não dar muito destaque a José Serra em seu programa eleitoral, uma vez que o DEM é aliado dos tucanos em aliança nacional. Em todas às vezes, Rosalba negou que estivesse “escondendo” Serra e afirmou que o foco de sua campanha era local e que não estava “apegada” ao candidato nacional.

A imagem do presidenciável foi usada timidamente pela aliada e explorada muito mais pelo principal adversário na disputa, o atual governador e candidato à reeleição, Iberê Ferreira (PSB), que apoia Dilma na esfera nacional. Iberê utilizou parte de alguns de seus programas de rádio para ressaltar o apoio de Serra a candidatura de Rosalba de maneira negativa.

Em debates, Rosalba enfrentou ataques ao seu partido pelos adversários, principalmente por fazer oposição ao governo Lula durante seu mandato como senadora. No evento realizado pela TV Band Natal, por exemplo, Iberê disse que o DEM era o responsável pelo enriquecimento de banqueiros e sucateamento da saúde pública. Já o candidato Carlos Eduardo Alves, do PDT, questionou ação de inconstitucionalidade impetrada pelo DEM contra o ProUni.

Durante a campanha, a candidata chegou a ganhar direito de resposta para rebater acusações feitas pelo seu principal adversário, Iberê Ferreira (PSB), de que Rosalba era contra o programa Bolsa Família. Com a decisão, o candidato perdeu um minuto de seu programa de rádio para que Rosalba se defendesse.

Vida política

Formada em medicina, Rosalba iniciou sua carreira política em 1988 como prefeita de Mossoró, na época pelo PDT. Voltou a exercer o cargo em 1996 e 2000.

Em 2006, a candidata venceu o adversário Fernando Bezerra (PDT) por uma diferença de apenas 0,76% e conquistou uma vaga no Senado.

Na função, Rosalba Ciarlini foi autora da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que propõe a ampliação do período da licença maternidade para 180 dias.

Em 2009, a então senadora foi investigada por suposto uso de verbas públicas para pagar viagens particulares para a família, amigos e advogado para outros países.

Em fevereiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou uma denúncia do Ministério Público contra a senadora, que foi acusada de permitir a construção de um estacionamento para ser utilizado por um supermercado. Para o STF, o ato foi uma iniciativa de interesse público se referindo aos benefícios gerados pelo desenvolvimento do supermercado.

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