25/08/2010 - 13h16

Gabeira diz que "evoluiu" em sua avaliação sobre liberação das drogas

Maurício Savarese
Do UOL Eleições
Em São Paulo

Histórico defensor da liberação das drogas, o candidato do PV ao governo do Rio de Janeiro, Fernando Gabeira, disse nesta quarta-feira (25) durante sabatina Folha/UOL que a polícia brasileira não está preparada para uma medida desse tipo e que evoluiu sua posição depois de observar experiências no exterior. Ele também afirmou que é um liberal em praticamente todos os assuntos e que é contra “praticamente tudo que é obrigatório”.

Questionado sobre se mudou sua antiga posição pela liberalização, o candidato negou, mas disse que o Brasil não tem estrutura para isso hoje. “Olhando as experiências na Holanda e em Londres, cheguei à conclusão de que só uma polícia muito avançada pode legalizar [as drogas]”, disse. “Mas a liberação não é o 'liberou geral'. É um policiamento mais avançado. Com a polícia que nós temos hoje, mal paga, mal aparelhada, não”.

Vice-líder nas pesquisas, ele afirma que existe  cumplicidade entre políticos e as empresas de ônibus na região metropolitana do Rio, mas não deu mais detalhes sobre o assunto. “Estamos caminhando para mostrar isso”, disse. Em seguida, atacou a cobrança de multas no Rio de Janeiro. “A aproximação tem de ser mais pedagógica do que punitiva. Isso dá margem à corrupção”, disse. Gabeira prometeu ainda manter inspeções veiculares, contanto que “barata, ou que não custem”. “É obrigação global”, não pode acabar”, afirmou.

Gabeira disse ainda que não deslanchou nas pesquisas e corre risco de perder já no 1º turno porque as campanhas não são tão "mobilizadoras" quanto no passado. “A campanha estadual é ofuscada pela campanha presidencial. Se não há uma grande movimentação em torno da nossa campanha, não há em nenhuma outra”, disse. “Nem na do [candidato à reeleição, Sergio] Cabral, nem na da [presidenciável petista] Dilma”.

No fim da sabatina, admitiu que, se perder as eleições, pode deixar a política e voltar a trabalhar como jornalista. “Nenhum candidato admite que pode perder a eleição. Mas eu não tenho outra saída a não ser contribuir com o país, até o fim dos meus dias. Se eu não estiver contribuindo com um mandato, vou fazer isso escrevendo, tirando fotos, fazendo documentários”, disse. “As pessoas vão ter um pouco de tolerância, vou ter de falar sobre como as coisas são, e não como elas deveriam ser", afirmou.

Confira a íntegra da sabatina com Fernando Gabeira

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