03/10/2010 - 20h13

Com popularidade em alta, Campos é reeleito governador de Pernambuco

UOL Eleições
Em São Paulo

Embalado pelos altos índices de popularidade de sua primeira gestão no Palácio das Princesas, Eduardo Campos foi reeleito governador de Pernambuco. A disputa nas urnas, como previram as pesquisas, esteve longe de ser apertada. Durante os últimos dois meses de corrida eleitoral, sondagens feitas pelos institutos Datafolha e Ibope mostraram Campos com pelo menos 40 pontos de vantagem sobre seu principal oponente, o peemedebista Jarbas Vasconcelos.

Campos, durante a campanha, prometeu preservar os projetos de sucesso de seu primeiro governo, construiu uma ampla base de apoio (contando inclusive com membros do PSDB, partido não alinhado ao PSB) e associou fortemente sua imagem à do presidente Lula, de quem já foi articulador no Legislativo e ministro da Ciência e Tecnologia.

Seu prestígio, porém, foi atacado diversas vezes pelos adversários durante a disputa. Jarbas, por exemplo, criticou o pessebista por sua atuação durante as enchentes que castigaram Pernambuco em meados do ano, matando dezenas de pessoas e deixando milhares de desabrigados (Campos, na época, virou notícia por não haver equipado o Estado com radares capazes de prever grandes tempestades). Também acusou o rival de, quando governador, haver realizado repasses estaduais a prefeitos em troca de apoio político – o que Campos negou.

Com a vitória tranquila nas urnas, o pessebista já é apontado como um dos novos grandes líderes da esquerda no país.

Trajetória

Neto do ex-governador pernambucano Miguel Arraes (1916-2005), Eduardo Henrique Accioly Campos, 45, entrou cedo no mundo da política: mal acabara a faculdade de economia da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) quando, em 1986, foi chamado para trabalhar na campanha do avô, então candidato do PMDB ao Palácio do Campo das Princesas.

Com Arraes eleito, Campos virou seu chefe de gabinete e, entre os trabalhos que afirma haver feito na época, está a participação na abertura, em 1987, da primeira secretaria de Ciência e Tecnologia do Nordeste e a criação da Facepe (Fundação de Amparo à Pesquisa da Região), em 1989.

Em 1990, recém-filiado ao PSB (Partido Socialista Brasileiro), Campos buscou – e conseguiu – carreira própria. Entre 1991 e 2002, ele seria eleito deputado estadual uma vez e deputado federal duas vezes por Pernambuco. Como membro do Congresso, foi autor do projeto de lei que prevê um aumento no FPM (Fundo de Participação dos Municípios) para as cidades brasileiras que possuem acervo tombado pelo IPHAN (Instituto de Patrimônio Artístico Nacional) e o que tipifica o sequestro relâmpago como crime no código penal.

Dados do governador eleito

Nome Eduardo Accioly Campos (PSB)
Data de nascimento 10/08/1965
Escolaridade Superior Completo
Ocupação Governador
Patrimônio R$520.626,04

Ministro de Lula

Reeleito pela terceira vez para a Câmara Federal em 2003, Campos tomou posse, mas abandonou a cadeira após ser convidado pelo presidente Lula – de quem era articulador no Legislativo – para assumir o ministério da Ciência e Tecnologia, pasta que comandaria até 2005 e onde trabalhou pela aprovação da Lei de Biossegurança, que, entre outros assuntos, permite a utilização de células-tronco embrionárias para fins de pesquisa.

Figura forte no Nordeste e no Executivo Federal, Campos assumiu a presidência nacional do PSB em 2005 e, no ano seguinte, licenciado do cargo, entrou na disputa pelo governo de Pernambuco.

O cenário inicial da disputa não lhe era favorável: pesquisas de intenção de voto o mostravam em terceiro lugar na corrida eleitoral, atrás de Mendonça Filho (PFL) e do ex-ministro da Saúde Humberto Costa (PT). Campos, porém, chegou ao segundo turno e, apoiado por Lula, elegeu-se governador do Estado, derrotando o candidato do PFL.

No que se refere à opinião pública, seus quatro anos de mandato podem ser considerados exitosos. Pesquisa Datafolha divulgada em julho de 2010 destacou Campos como um dos governadores mais bem avaliados do Brasil: 62% dos entrevistados consideraram sua gestão boa ou ótima.

Entre suas realizações de governo destacam-se o crescimento do Porto de Suape (hoje um dos principais complexos portuários do país) e a redução da taxa de homicídios em Pernambuco para o menor nível desde 2007.

Reportagem da Folha de S. Paulo de junho de 2010 mostrou, porém, que o pessebista não equipou Pernambuco com radares capazes de detectar a chegada de tempestades – o que poderia ter diminuído o número das dezenas pessoas mortas e dos milhares de desabrigados pelas enchentes que castigaram o Estado em meados deste ano. Especialistas ouvidos pelo jornal afirmaram que a falta de prevenção aumentou o tamanho da tragédia.

A coligação que deu apoio ao governador reeleito, batizada Frente Popular de Pernambuco, é formada pelos partidos PRB, PP, PDT, PT, PTB, PSL, PSC, PR, PSDC, PHS, PTC, PSB, PRP, PC do B e PT do B.
 

Promessas de campanha

Segurança: Instalar mais 800 novas câmeras de segurança no Estado; contratar mais policiais (na atual gestão foram efetivados 8,8 mil); expandir o programa de prevenção Governo Presente para todo o Estado; criar os arcos de segurança que vão monitorar 16 vias de acesso à Região Metropolitana do Recife.
Transporte: Abrir corredores de ônibus na Região Metropolitana do Recife; duplicar a BR-408; construir o Terminal Integrado Cosme e Damião; construir dois dos primeiros trechos do Arco Metropolitano com a integração da PE-060, BR-101 e BR-232.
Educação: Criar o Prouni Estadual; construir 47 escolas técnicas; elevar o número de escolas de referência de 160 para 300; abrir cursos profissionalizantes no horário noturno nas escolas de referência do Estado.
Saúde: Construção do Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru; construção de 33 Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) no interior; criação de um programa de prevenção a acidentes com motocicletas; criação do Programa de Erradicação de Doenças da Pobreza (hanseníase, tuberculose e esquistossomose).

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