15/10/2010 - 00h09

Sem Weslian, debate na Band no DF vira "sabatina" com Agnelo Queiroz

Camila Campanerut
Do UOL Eleições
Em Brasília

O que seria o primeiro debate televisivo do segundo turno entre os candidatos ao governo do Distrito Federal se transformou em sabatina com postulante ao Palácio do Buriti, Agnelo Queiroz (PT). Isso porque, horas antes, Weslian Roriz (PSC) encaminhou à Rede Bandeirantes, de Brasília, uma carta informando a ausência dela.

No comunicado, Weslian justificou que o "clima de insegurança jurídica, de mentiras e de uma sistemática campanha difamatória contra [seu marido] Joaquim Roriz e seu grupo político" seria a razão pela qual não participaria do programa.

O mediador do debate, o jornalista Willian Correa, destacou que Weslian teria dito que "não teve tempo para se preparar" para o encontro com o adversário.

Para Queiroz, a ausência dela foi “lamentável”, o que impossibilitou a apresentação das duas propostas de governo. “Eu acho lamentável. Eu estou aqui em consideração aos eleitores que merecem saber com profundidade de todos os programas, em detalhes”, afirmou.
Mesmo com a falta da candidata, a estrutura do programa manteve-se praticamente a mesma, dividida em cinco blocos, com tempo de três minutos, em média, para cada reposta, para as perguntas elaboradas pela produção do programa e dos jornalistas Flávio Lara Rezende, diretor-geral da Band Brasília, Claúdio Humberto, comentarista da emissora, e André Giusti, chefe de jornalismo da Band News FM local.

O candidato não aproveitou da ausência de Weslian para relembrar as denúncias que envolvem o legado do marido dela, o ex-governador do DF, por quatro vezes, Joaquim Roriz (PSC), que desistiu de participar das eleições. A decisão de Joaquim Rorz foi anunciada depois do empate do julgamento de recurso dele no STF (Supremo Tribunal Federal) e da rejeição da candidatura dele pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e pelo TRE-DF, que o consideraram “ficha suja”, por ter renunciado ao cargo de senador, em 2007, para fugir de cassação.

Aborto

Indagado sobre o polêmico tema, o petista voltou a afirmar ser contrário à prática. “Eu sou contra o aborto. Sou médico e na minha concepção familiar, venho de uma família muito religiosa. Meus pais são católicos praticantes. Tenho uma ligação muito forte com as nossas igrejas”, declarou.

O candidato disse que tomará “toda providência neste sentido” no que se refere às políticas de controle de natalidade e em trabalhos educacionais de prevenção de gravidez indesejada entre adolescentes. Em sua fala, ele cogitou fazer um plebiscito, mas voltar a defender que o assunto deveria ser tratado no Congresso Nacional.

Propostas

Agnelo apresentou a proposta de criar uma Secretaria da Transparência que seria a responsável por auditar todos os contratos após as denúncias de inúmeras irregularidades nas relações do governo do DF com empresas e servidores -- acusações que vieram a público após a deflagração da Operação Caixa de Pandora da Polícia Federal.

A ação resultou na prisão e depois cassação do ex-governador do DF, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), na renúncia do ex-vice-governador Paulo Octávio (sem partido, ex-DEM) e na saída de três deputados distritais, acusados de corrupção, desvio de verbas públicas e pagamento de propinas para servidores e aliados em troca de apoio político.

O petista deu destaque maior às projetos ligados à área da saúde. Ele voltou a afirmar que, se eleito, assumirá também por, pelo menos, três primeiros meses, o cargo de secretário de Saúde; além de investir na instalação de 400 equipes de saúde da família, no aumento dos salários e no plano de carreira dos servidores públicos da categoria.

Sobre transporte público, Agnelo falou novamente sobre a instalação do bilhete único, na intenção de aumentar a linha metroviária, a fim de diminuir o número de carros nas ruas da capital federal.

“É uma questão estratégica para a nossa cidade. Estamos inviabilizando a capital federal daqui a nove anos. Se temos hoje um milhão e 110 mil carros, sendo que um pouco mais de 100 mil carros são emplacados por anos. Ninguém anda com o dobro de carro [que existem] atualmente”, observou.
 

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