21/09/2010 - 02h14

Rivais fazem dobradinhas de ocasião e trocam farpas em debate no DF

Camila Campanerut
Do UOL Eleições
Em Brasília
  • Candidatos ao governo do Distrito Federal participam de debate organizado pela Rede Record

    Candidatos ao governo do Distrito Federal participam de debate organizado pela Rede Record

Os quatro candidatos ao governo do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), Eduardo Brandão (PV), Joaquim Roariz (PSC) e Toninho do PSOL fizeram dobradinhas de ocasião para criticar uns aos outros, por meio de perguntas a um terceiro concorrente, em debate promovido na noite desta segunda-feira (20) pela Rede Record.

Roriz usou Toninho para criticar Agnelo. Agnelo usou Brandão para criticar Roriz. E apesar da alfinetada dos dois lados, Toninho e Brandão aproveitaram os momentos de questionamento de um ao a outro para criticar Agnelo e Roriz.

Muito pouco se falou sobre as propostas de governo de cada um dos postulantes ao Palácio do Buriti. Roriz contou com a crítica de Toninho para confirmar a dele contra a coligação do PT com 11 partidos para esta eleição, entre eles membros da antiga gestão de José Roberto Arruda (sem partido), cassado neste ano.

"As razões que me levaram, bem como milhares de militantes do PT, a saírem do partido e fundarem o PSOL foram razões pautadas principalmente na ética. O partido se perdeu, se envolveu em ações e escândalos como o Mensalão, que o tornaram inviável para quem militava pela ética", disse Toninho.

Na segunda oportunidade que teve, Roriz fez questão de perguntar novamente a Toninho e gerou risos na plateia ao demonstrar admiração pela "franqueza" do candidato do PSOL. "Eu sei que ele responde aquilo que ele pensa. Os outros respondem aquilo que não pensam, mas o que falaram para responder. E se for para fazer pergunta, Toninho do PSOL, só faço para você", declarou o ex-governador do DF.

Constrangido, Toninho tornou a afirmar que o PSOL é contrário a Roriz e às coligações, em especial a que o PT fez com o PMDB - legenda em que Roriz militou. "O partido ao qual o senhor foi filiado tem práticas que o PSOL não concorda. Quero dizer que o PSOL não compactua com práticas de corrupção da administração pública. Acreditamos que a legislação eleitoral tem de ser cumprida, cancelando o registro do senhor, que é ilegal e ilegítimo".

Questionado por Agnelo se era a favor ou contra a Lei da Ficha Limpa, Roriz - que teve o registro de candidatura rejeitado com base na mesma lei - disse que é a favor, mas que ele não se enquadra às proposições da nova lei. "Sou francamente favorável à Ficha Limpa. Se fosse votar, votaria a favor, com apenas uma ressalva: não se vota em algo para retroagir", disse.

Ainda sobre o foco da ética no comportamento dos candidatos, Brandão perguntou a Toninho se ele considerava "ético" fazer campanha de dentro do Senado. Toninho não respondeu diretamente, apenas confirmou que é psicólogo, servidor público e trabalha para o senador José Nery (PSOL-PA), com quem tem amizade a há mais de 20 anos.

Já Brandão teve de explicar a Toninho se a afirmação dele de outro debate se "aceitaria trabalhar em outros governos" não seria sinônimo de não "perder uma boquinha". Brandão justificou: "Nós queremos participar para ajudar. Nós somos diferentes. Nós, quando avaliamos que um governo pode ser razoável, queremos ir, vamos ajudar. Quando digo que você é do contra, é porque você é sempre do contra. Se um governo descobrir a cura do câncer, você vai ser do contra".
 

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