Em debate pelo governo do DF, Roriz e Agnelo são alvo de ataques de adversários

Líder nas pesquisa de opinião, o candidato do PT ao governo do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, dividiu na noite desta terça-feira (14) com o ex-governador Joaquim Roriz (PSC) os ataques dos demais adversários em debate promovido pela TV Brasília e pelo jornal Correio Braziliense na capital federal.

Os postulantes ao Palácio do Buriti tentaram provocar constrangimento ao ex-ministro do Esporte por ter feito uma ampla coligação de 11 partidos, em especial com o PMDB, que era tradicionalmente aliado de Roriz e do ex-governador cassado José Roberto Arruda (ex-DEM, hoje sem partido).

"[Agnelo] Fez uma aliança que não é da tradição do PT. Eu que fui fundador do PT e saí 25 anos depois por causa do mensalão. O PT faz alianças sem qualquer tipo de critério, com setores do PMDB com "ficha suja" que estão respondendo a inquéritos na polícia", afirmou o candidato Toninho do PSOL.

Agnelo justificou que replica na região a mesma aliança do partido em nível nacional, como já faz a presidenciável da legenda, Dilma Rousseff, que também tem como vice um peemedebista, o deputado federal Michel Temer.

O petista, no entanto, disse a Toninho que esperava que o PSOL "não se curvasse como linha auxiliar da direita". Toninho rebateu, lembrando que Agnelo foi à casa de Roriz - fato que o petista confirma. "Converso com todos os políticos, e isso não tira a minha independência", justificou Agnelo.

"Sou ficha limpa, minha candidatura foi registrada e aprovada pelo TSE [Tribunal Superior Eleitoral]. Não existe uma investigação nem sequer uma citação ou processo sobre a minha pessoa", afirmou Agnelo, em referência a Roriz, que teve a candidatura rejeitada pelo TSE e espera decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) para saber se poderá ou não governar, caso seja eleito.

O quarto participante do debate, Eduardo Brandão (PV), adotou a mesma postura da presidenciável da sigla, Marina Silva, de tentar se manter distante das acusações e de focar sua participação na apresentação de propostas de governo, como a intensificação do policiamento em duplas nas ruas e a equiparação salarial das polícias militar e civil.

Apesar disso, o candidato verde acabou criticando seus adversários sem citar nomes. "Não acredito naqueles candidatos mesmo com os registros não homologados que estão causando imensa instabilidade jurídica na nossa capital, nem nos candidatos que fazem coligações, que fazem loteamento do poder previamente porque os compromissos já foram firmados", disse.

Roriz, que tem acumulado derrotadas na Justiça, defendeu-se em tom suave das acusações, tratou os adversários de forma educada e se mostrou confiante sobre a possibilidade de não ser definido pelo STF como "ficha suja" por ter renunciado ao cargo de senador em 2007 para não ser cassado.

"Eu não tenho medo. Eu não tenho receio de enfrentar esta nova decisão. Essa questão de impugnação só será decidida no STF. A Constituição é claríssima: não permite retroagir para prejudicar. Não precisa ser advogado para saber isso", afirmou Roriz, que chefiou o Executivo local por quatro vezes.

Enquanto os demais candidatos apostaram na construção de uma imagem de "renovação" e "ficha limpa" diante do eleitorado, Roriz destacou sua alegada superioridade de capacidade adminsitrativa em relação a dos demais candidatos.

Por fim, a relevância do tema ficha limpa se deve ao fato de o Distrito Federal ter voltado ao noticiário policial após o anúncio da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, que resultou na prisão e depois cassação de Arruda, na renúncia do ex-vice-governador Paulo Octávio e na saída de três deputados distritais. Todos foram acusados de corrupção, desvio de verbas públicas e pagamento de propinas para servidores e aliados em troca de apoio político.

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