23/08/2010 - 11h30

Roriz recorre de decisão que o obriga a devolver mais de R$ 7 mi

Camila Campanerut
Do UOL Eleições
Em Brasília

O candidato ao governo do Distrito Federal pelo PSC, Joaquim Roriz, irá recorrer da decisão da Justiça Federal que o condenou a devolver cerca de R$ 7 milhões à União por permitir compra de veículos para o Corpo de Bombeiros, sem licitação em 2002, quando era ainda governador do Distrito Federal. Além da irregularidade na contratação, no valor de R$ 70 milhões, apenas 23 dos 25 veículos foram entregues.

De acordo com o coordenador de comunicação da campanha de Roriz, Paulo Fona, os advogados do candidato estão prontos para recorrer, assim que forem notificados oficialmente pela Justiça. “Roriz disse que está acostumado com isso. É o que eu chamo de ‘operação zumbi’, que ressucita arquivo morto. Isso já tem quase nove anos e a empresa era a única que dominava a tecnologia”, diz Fona.

A decisão judicial foi tomada, no dia último dia 5 de agosto, pelo juiz Itagiba Catta Preta Neto, da 4ª Vara Federal de Brasília, que definiu que também houve superfaturamento na compra.

O tema voltou à tona após uma ação popular apresentada pelo ex-deputado distrital Chico Vigilante (PT), com base em relatório da CGU (Controladoria-Geral da União), no qual indicava que o Corpo de Bombeiros não havia justificado o destino de R$ 7 milhões dos R$ 49 milhões repassados pelo governo federal ao DF para equipar a corporação.

Apesar de mais um denúncia contra ele e com a candidatura impugnada pelo TRE-DF (Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal), por “ficha suja”, Roriz continua fazendo campanha e se posiciona no topo das pesquisas de opinião. O último levantamento do Datafolha, de 13 de agosto, mostra Roriz com 41% das intenções de voto, contra 33% de Agnelo Queiroz (PT).

Ficha suja

Roriz é considerado “ficha suja” pelo TRE-DF por ter renunciado ao cargo de senador em 2007 para fugir da cassação por meio de um processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética do Senado. Na ocasião, Roriz foi flagrado em conversas telefônicas, realizadas pela Polícia Civil do Distrito Federal, durante a Operação Aquarela, que descobriu um esquema de desvio de dinheiro do BRB (Banco de Brasília).

Nas gravações, Roriz negociava a partilha de R$ 2,2 milhões com o ex-presidente do BRB, Tarcísio Franklin de Moura, feita no escritório do empresário Nenê Constantino, presidente do Conselho de Administração da Gol. Roriz negou a denúncia e disse que pedira um empréstimo de R$ 300 mil a Nenê, descontado de um cheque de R$ 2,2 milhões para a compra de uma bezerra e para ajuda a um primo.

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