29/09/2010 - 01h08

Série de direitos de resposta ofusca ataques a Wagner em debate na Bahia

Maurício Savarese
Do UOL Eleições
Enviado a Salvador (BA)

No debate de candidatos ao governo da Bahia nesta terça-feira (28), na TV Globo, houve tantos direitos de resposta que, no quarto bloco, o tempo das respostas teve de ser reduzido para o encontro terminar dentro da 1h30 prevista. O alvo maior foi o governador Jaques Wagner (PT), que busca a reeleição, beneficiário de três minutos extras por conta de ataques de Luiz Bassuma (PV) e de Marcos Mendes (PSOL).

Segundo colocado nas pesquisas, Paulo Souto (DEM) também teve um direito de resposta. O mesmo aconteceu com Mendes, chamado de “parlapatão” por Geddel Vieira Lima (PMDB). Os direitos de resposta foram cedidos pelo moderador, o jornalista William Waack, em todas as vezes que um dos líderes nas sondagens era citado em denúncias de corrupção ou quando termos chulos foram usados.

Se a eleição fosse hoje, Wagner venceria no primeiro turno, apontam as projeções. A diferença entre ele e Souto, que governou a Bahia por dois mandatos, caiu nas últimas semanas. Bassuma e Mendes mal pontuam nas sondagens e se esforçaram para angariar apoio com uma postura mais agressiva que as dos rivais. O candidato do PV desafiou até o mediador após o primeiro direito de resposta a Wagner.

“Vamos falar sobre corrupção sempre, pode dar direito de resposta”, disse ele a Waack no fim do primeiro bloco. Pouco depois, quando Mendes acusou a gestão estadual de favorecer empresas, houve novo direito de resposta. No quarto bloco, depois da decisão de reduzir o tempo dos candidatos, o mediador se esforçou para não dar novos direitos a candidatos atacados, principalmente, por Bassuma e Mendes.

Wagner se limitou a dizer que os adversários deveriam levar as denúncias de corrupção ao Ministério Público e que "não existe corrupção na Bahia". Repetiu "conquistas do governo Lula que ajudou o Estado a avançar mais nos últimos anos".

Programa de governo e Lula

Quando os candidatos conseguiram debater suas propostas, as áreas de destaque foram violência, saúde e educação. Souto criticou o que chamou de “avanço na criminalidade desde 2007”, primeiro ano do governo petista no Estado. Geddel também atacou o líder nas pesquisas na área de segurança, ao dizer que os jovens baianos são “presas fáceis do tráfico de drogas”. Disse faltar capacidade de gestão.

Ex-ministro, Geddel criticou Wagner, que tem apoio explícito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e DAE sua candidata ao Palácio do Planalto, Dilma Rousseff (PT). “O Estado precisa recuperar seu poder de investimento. Tudo que você cita aqui é obra do governo federal, do presidente Lula, que eu aplaudo”, afirmou.

Aliado do presidenciável José Serra (PSDB), Souto disse que o governo baiano “não é democrático e não é republicano”, por não aceitar críticas de rivais nem de aliados. “Nas palavras do governador, quem o critica é biruta de aeroporto”, disse. “Esse governo não é condizente com os valores democráticos e republicanos”.

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