28/09/2010 - 14h46

Temer diz que preferência de Dilma na Bahia é uma questão partidária

Heliana Frazão
Especial para o UOL Eleições
Em Salvador

Uma visão partidária. Foi assim que o presidente nacional do PMDB e vice na chapa de Dilma Rousseff (PT) à Presidência, Michel Temer (PMDB), tentou explicar a retirada do apoio da petista ao candidato do PMDB ao governo baiano, Geddel Vieira Lima.

Há exatamente uma semana, Dilma Rousseff esteve em Salvador para gravar uma passagem do seu último programa no horário eleitoral gratuito e declarou que apoiava a candidatura à reeleição do governador Jaques Wagner (PT). Segundo ela, isso ocorreu porque Geddel não estava tão bem nas pesquisas de opinião, apesar do acordo estabelecido entre PT e PMDB no Estado.

A posição da candidata provocou forte irritação no PMDB baiano e vários candidatos a deputado, prefeitos e militantes em geral retiraram a imagem de Dilma da campanha. Material conjunto de panfletagem foi jogado no lixo e alguns passaram a se sentir à vontade para declarar voto a outro candidato.

Diplomacia

A repercussão negativa do fato fez com que o Michel Temer viajasse nesta terça-feira, 28, até a Bahia para tentar acalmar os ânimos. “Minha presença aqui é para assegurar o meu apoio à candidatura de Geddel, ao governo, de César Borges e Edvaldo Brito, ao Senado, e de todos os candidatos da nossa coligação na Bahia”, disse ele em entrevista coletiva, momentos antes de almoçar com lideranças da legenda na capital baiana.

Temer foi claro ao afirmar que sobe apenas no palanque de Geddel. “Estou aqui na qualidade de presidente do PMDB e de candidato a vice-presidente. Eu, aqui na Bahia, subo no palanque de Geddel”, enfatizou, enumerando as qualidades políticas do candidato. Ele afirmou ainda que, saindo eleito das urnas, Geddel encontrará as portas abertas em uma eventual administração conjunta, dele (Michel) e Dilma, na Presidência da República.

Michel Temer insistiu no fato de ter interpretado as palavras de Dilma como uma declaração partidária, da mesma forma como sua visita à Bahia significaria uma declaração de apoio exclusivo ao candidato do seu partido. “Assim como estou aqui declarando meu apoio ao companheiro de longa data Geddel, ela o fez com relação ao PT”, explicou. Mas ouviu de Geddel palavras não tão diplomáticas. “Não abandonei ninguém. Vou manter a linha da minha campanha até o fim, conforme foi acertado com o PT. Não é pela posição dela [Dilma] que vou me portar da mesma forma”, espetou.

Geddel negou a retirada proposital da imagem de Dilma da sua campanha. Disse que dias antes já havia sido decidido que algumas peças privilegiariam o seu número, o 15.

Temer acrescentou que serão os baianos que dirão nas urnas qual candidato está mais preparado para governar a Bahia. Sobre a possibilidade de a campanha presidencial ser decidida no segundo turno como começam a demonstrar as pesquisas, Temer foi cauteloso. “Prefiro esperar as próximas avaliações. Somente as urnas, no dia 3 de outubro, dirão se haverá segundo turno”, respondeu.
 

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