24/09/2010 - 18h28

Após declaração de Dilma, dirigentes do PMDB na Bahia criticam "traição" da petista

Heliana Frazão
Especial para o UOL Eleições
Em Salvador

O secretário-geral do PMDB na Bahia, Almir Melo, disse nesta sexta-feira (24) que membros da sigla estão revoltados com a "traição" da presidenciável petista Dilma Rousseff.  

A crítica acontece  dois dias após a candidata do PT declarar, na Bahia, que passou a apoiar apenas o governador Jaques Wagner (PT), postulante à reeleição, porque o outro candidato da coligação, o ex-ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), está mal nas pesquisas de opinião.

Coordenador da campanha de Geddel Vieira Lima (PMDB) ao governo do Estado, Leur Lomanto admite que o candidato considerou o posicionamento da ex-ministra da Casa Civil uma "traição política", já que o duplo palanque na Bahia fazia parte do acordo para manter a aliança entre PT e PMDB no Estado.

Além disso, candidatos da sigla e partidos aliados no Estado começaram a retirar, já nesta quinta-feira (23), imagens da presidenciável petista Dilma Rousseff de suas peças publicitárias de TV, rádio e internet.

Lomanto nega que a ausência da imagem da candidata nos programas seja proposital. Apesar disso, assessores do peemedebista garantem que houve uma decisão nesse sentido por parte de integrantes da coligação do PMDB com os demais partidos.

“Que houve uma reação, é inegável. Sobretudo o pessoal do interior, que tem ligado muito demonstrando insatisfação e até revolta”, admite Lomanto, que diz apenas que Geddel não vai voltar atrás na palavra empenhada.

Há ruídos no PMDB de que alguns prefeitos da sigla começam a se sentir mais à vontade para votar no candidato que bem entenderem. Alguns militantes, por sua vez, estariam inclusive jogando no lixo material conjunto de panfletagem.

"Nós somos pessoas de partido e de palavra. Geddel não alimenta sentimento de ingratidão nem de deslealdade, mesmo com aqueles que são desleais. Agora vamos até o fim”, afirmou Leur.

A presidenciável havia assumido o compromisso de apoiar os dois candidatos – Geddel e Wagner – na corrida pelo Palácio de Ondina, chegando a participar da convenção das duas legendas.

Assessores de Geddel ironizam a situação, prometendo "manter o mesmo apoio de quando ela (Dilma) estava em baixa nas pesquisas e Geddel corria a Bahia pedindo voto para ela”.

Contudo, no site oficial do candidato não se verifica qualquer menção a Dilma. Na noite de quinta, o tema ferveu em comícios realizados pelo interior baiano, como nas cidades de Valente e Santa Luz, onde Geddel teria ouvido declarações de apoio à sua campanha e de repúdio a da presidenciável por parte de prefeitos e lideranças.

Para o governador Jaques Wagner, Dilma quis apenas viabilizar o projeto nacional. Ele entende que estando um dos candidatos da coligação em situação privilegiada do ponto de vista das intenções de voto, e o segundo colocado (Paulo Souto – DEM) não integrando a aliança partidária, é natural que ela queira contribuir para consolidar a posição do PT. Wagner diz ainda que entenderia, caso a situação fosse inversa, ou seja, o peemedebista com 48% da preferência dos eleitores e o PT com 12%.

 

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