05/10/2010 - 14h07

Vice de Collor culpa falta de apoio de Lula e Dilma e abstenções por derrota em Alagoas

Carlos Madeiro
Especial para o UOL Eleições
Em Maceió

Candidato a vice-governador na chapa encabeçada por Fernando Collor de Mello (PTB), o vereador de Maceió Galba Novaes (PRB) culpou a falta de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenciável Dilma Rousseff (PT), além do alto índice de abstenção de votos em Alagoas, pela derrota do senador na eleição de domingo.

No entendimento de Novaes, por ser integrante do partido do atual vice-presidente da República (José Alencar), merecia mais atenção por parte do alto escalão do governo federal, que não manifestou qualquer apoio a Fernando Collor.

“Meu partido não ajudou em nada. Quem votou em Lula na eleição passada fomos eu e Collor. Os outros dois candidatos votaram [em 2006] em Geraldo Alckmin. Agora fomos candidatos e não tivemos retorno, nem mesmo partidário. Eu fui chamado para me candidatar porque Lula não tinha candidato em Alagoas. Aí, quando estou numa chapa, não tive retorno”, disse o vereador nesta terça-feira (5).

Na votação do domingo, Collor recebeu 389.337 votos e ficou na terceira colocação, enquanto Ronaldo Lessa (PDT), que contou com apoio do presidente Lula, teve 394.155 votos e se garantiu no segundo turno ao lado do atual governador, Teotonio Vilela Filho (PSDB), que conquistou 534.962 votos no Estado.

Novaes ainda afirmou que a mágoa com o partido deve fazê-lo mudar de voto no segundo turno. “Eu tenho que ver agora o que pensa o eleitorado da minha cidade, que preferiu Serra. Lula não votou em mim. Dilma não votou em mim”, disse, ao citar que o candidato tucano teve 44% dos votos válidos na capital alagoana, contra 32,7% de Dilma.

Questionado se a falta de apoio foi determinante para a derrota no domingo, Novaes deu a entender que sim. “Perdemos por 0,35% [atrás de Lessa], ou seja, 4.000 votos. Quem entende de política, faça a conta”, afirmou.

Outro ponto colocado como fundamental para a derrota foi o alto índice de abstenção e votos brancos e nulos no Estado.

“A população não se manifestou na sua totalidade como deveria, pois um terço das pessoas não deu seu voto. É como se Maceió, Arapiraca, Palmeira dos Índios e Penedo [quatro dos maiores colégios eleitorais do Estado] não tivessem votado. Para uma diferença de 4.000 votos, muda tudo. Uma pena que o Estado democrático de direito ainda tenha isso”, analisou.

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