Os dois candidatos ao governo de Alagoas que vão disputar o segundo turno demonstraram confiança na vitória nesta segunda-feira (4) e usaram táticas diferentes nos discursos da política de captação de apoios e na postura diante da eleição nacional que também irá para segundo turno.
Candidato do PT em Alagoas, Ronaldo Lessa (PDT) criticou o "salto alto” de Dilma Rousseff no primeiro turno e afirmou quer contar com o apoio de todos, inclusive do histórico adversário Fernando Collor de Mello (PTB) - que ainda não se pronunciou após a derrota deste domingo (3).
Já o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) disse que quer contar apenas com o “apoio do povo” e preferiu elogiar o presidente Lula a citar o nome do presidenciável do seu partido, José Serra.
Lessa: Dilma tem que largar “salto alto”
Segundo colocado na apuração geral, com 29,1% dos votos válidos, Lessa foi apoiado por Lula no primeiro turno (que gravou declaração de apoio), mas espera agora contar com o apoio declarado de Dilma Rousseff, a quem espera que "desça do salto alto”. “Eu espero que ela venha. Acredito que ela vai ter que tirar o salto alto. A Dilma não gravou nada de apoio para a gente. Queremos a ajuda dela, pois trabalhamos muito para ela aqui. Espero que ela venha aqui dessa vez”, afirmou Lessa.
Lessa disse que quer contar com todos para “mandar a tucana embora” do governo. “Quero o apoio de todos, do Collor, [Mário] Agra, [Tony] Cloves e [Jéferson] Piones. Esse governo que só faz mentir precisa sair”, assegurou.
O ex-governador afirmou que seu resultado nas urnas ficou aquém do esperado e culpou a Justiça alagoana, que o impugnou com base na lei do Ficha Limpa. “O TRE teve uma visão completamente equivocada. O tribunal aqui foi efetivamente tendencioso, puxando para o governo do Estado. Isso precisa ficar claro Pena que o TSE corrigiu essa injustiça apenas 72 horas antes da votação”, disse o pedetista.
Tucano elogia Lula
Sobre a participação na sua campanha do candidato à presidência do seu partido (José Serra), o governador Teotonio Vilela voltou a não citar o nome do tucano e a elogiar o presidente Lula. “O presidente é meu amigo pessoal e me respeita muito. Alagoas vai tratar de Alagoas. A eleição para presidente é outra coisa”, despistou.
Vilela desconversou quando assunto é busca de apoios no segundo turno, mas deixou claro que não pretende contar com apoio dos demais candidatos. “Quero apoio do povo. O povo alagoano demonstrou que tem confiança, e nós vamos contar com apoio das pessoas”, disse.
Vencedor do primeiro turno com 39,5% dos votos válidos, Vilela afirmou que quer “todos os demais 60% dos votos” dos alagoanos no segundo turno. “Quero Alagoas inteira unida. Sempre tivemos a convicção de que Alagoas faria o caminho do bem. O segundo turno vai dar mais espaço a mostrar os nossos avanços nesse primeiro mandato. É uma questão de lógica votar no nosso projeto”, analisou.