"Quem for o candidato do mercado, vai perder", afirma Fernando Henrique

Daniel Weterman e Marcelo Osakabe

Em São Paulo

  • Marcelo Chello/Estadão Conteúdo

    27.fev.2018 - O ex-presidente da República e presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso

    27.fev.2018 - O ex-presidente da República e presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou nesta terça-feira (27) que o candidato que for carimbado como o "candidato do mercado" nas eleições presidenciais vai perder o pleito. "Isso simboliza como se fosse algo dos ricos, o país não é composto só dos ricos e do mercado", disse.

FHC defendeu um polo aglutinador "democrata, com sentimento popular, e progressista, que entenda o mundo" no centro da política brasileira. Para ele, a abrangência de nomes de centro para as eleições presidenciais está "se afunilando".

"Tem que ser um candidato que as pessoas sintam que a vida vai estar mais segura, que terão mais prioridade e que haverá mais decência", disse o ex-presidente, na capital paulista, em evento do jornal O Estado de S. Paulo.

Procura pelo novo

Após o apresentador Luciano Huck anunciar que não pretende concorrer ao Planalto neste ano, FHC declarou que não vê mais nenhum nome que represente o "novo" na política e tenha condições de ser eleito neste ano.

"Eu francamente não vejo idealmente um candidato (nesse campo)", disse o ex-presidente. O tucano afirmou que um candidato novo teria dificuldade em estruturar uma aliança de partidos e tempo de propaganda suficientes para ganhar o pleito. "O novo, sem nada disso, é só uma ideia, não é uma compreensão política."

Para ele, a sociedade está "tateando" alguém novo na eleição, mas é preciso "jogar com as cartas que estão aí". Ele negou, mais uma vez, qualquer intenção em concorrer novamente à Presidência da República. "Eu tenho 86 anos, eu tenho e quero fazer outras coisas."

O ex-presidente afirmou que a sociedade está "tateando para ver se surge algo novo", mas que isso não significa que o "antigo" não terá peso. "O antigo vai ter peso, mas há uma ansiedade (pelo novo)."

O tucano declarou que o descrédito na política vai influenciar as eleições, mas ainda não se sabe qual mensagem vai "agregar" a sociedade na disputa. "É importante ter pessoas que simbolizem uma proposta de futuro." Para ele, um candidato que agregue "pouca incerteza" em toro de seu nome pode atrair votos.

Apontado como um dos influenciados de uma candidatura do apresentador Luciano Huck ao Planalto, FHC afirmou que "parece" ter lançado quatro candidatos nas últimas semanas, mas negou que tenha lançado alguém. O apresentador anunciou que desistiu da disputa, após consultar o tucano.

Alckmin

No debate, Fernando Henrique declarou que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pré-candidato, "pode" ser alguém que reúna condições para se tornar um líder estadista, como foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em um brincadeira, quando foi alvo de perguntas sobre Alckmin, FHC destacou que iria "defender" o governador paulista.

"Ele (Alckmin) tem experiência política, vai ter que transformar aquilo que é um plano em coisas mais concretas", destacou, lembrando a indicação do economista Persio Arida para coordenar o plano econômico da pré-candidatura tucana ao Planalto.

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