Sepúlveda Pertence diz que perseguição a Lula é a pior desde Getúlio Vargas

Carla Araújo, Rafael Moraes Moura e Vera Rosa

Brasília

  • Pedro Ladeira/Folhapress

    6.fev.2018 - Advogado e ex-ministro do STF Sepúlveda Pertence acompanha cerimônia de posse de Luiz Fux como presidente do TSE

    6.fev.2018 - Advogado e ex-ministro do STF Sepúlveda Pertence acompanha cerimônia de posse de Luiz Fux como presidente do TSE

Ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Sepúlveda Pertence disse nesta terça-feira (6) que ainda vai avaliar a estratégia para a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas adiantou que não é seu estilo ser agressivo. Criminalista, considerado um dos maiores especialistas em processo penal do Brasil, Sepúlveda disse ainda que a situação do petista é uma perseguição. "É pior, a maior (perseguição) desde Getúlio Vargas", afirmou.

Convidado pelo advogado Cristiano Zanin Martins, responsável até aqui pela defesa de Lula, Sepúlveda disse que ainda vai conhecer o processo e combinar "com os companheiros" o que pode mudar na defesa.

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Ao ser comparado com Zanin e questionado se adotará também uma linha mais agressiva, Sepúlveda rebateu: "não é meu estilo". O ex-ministro minimizou o fato de que ele vai comandar a estratégia e disse que ela será combinada com os outros advogados.

O novo advogado do ex-presidente não quis comentar as declarações o novo presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luiz Fux, que nesta noite, na solenidade de posse, fez uma defesa enfática da aplicação da Lei da Ficha Limpa e disse que "ficha suja está fora do jogo democrático". "Isso será discutido ainda. Agora chega", disse Sepúlveda a jornalistas, durante sessão de cumprimentos a Fux no TSE.

Reforço

O reforço na defesa de Lula com a chegada de Sepúlveda contou com o aval do próprio ex-presidente. Conforme o jornal O Estado de S. Paulo adiantou no dia 28 de janeiro, o nome do ex-ministro vinha sendo cogitado para integrar a defesa do ex-presidente desde antes da condenação a 12 anos e um mês de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

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Segundo pessoas próximas ao ex-ministro do STF, não houve acordo porque Sepúlveda defendia o banqueiro André Esteves, o que poderia gerar conflito de interesses. Advogados, contudo, relataram que o motivo da divergência foi o fato de Zanin não abrir mão de fazer a sustentação oral no TRF-4.

Após a confirmação da condenação em Porto Alegre pela 8ª Turma do tribunal, que aumentou a pena imposta a Lula pelo juiz Sérgio Moro, as pressões aumentaram. Dirigentes petistas passaram a defender a contratação de um "medalhão", já que Zanin nunca foi especialista em direito criminal.

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