Julgamento de Lula no STF deve levar 20 mil manifestantes à Esplanada

Do UOL, em Brasília

O julgamento do recurso contra a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocou os órgãos de segurança em alerta para a sessão do STF (Supremo Tribunal Federal) na tarde desta quarta-feira (4). O julgamento está previsto para começar às 14h e será transmitido pelo UOL.

A SSP-DF (Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal) informou que são esperados cerca de 20 mil manifestantes na região da Esplanada dos Ministérios, próximo à Praça dos Três Poderes, onde está a sede do STF.

Os atos terão grupos a favor da prisão do líder do PT e também em defesa da liberdade do ex-presidente.

O trânsito na região está bloqueado desde a 0h desta quarta-feira.

A Polícia Militar pretende isolar os dois lados da manifestação por meio de um cordão de policiais e de uma grade de 1,20 metro de altura instalada no gramado ao centro da Esplanada.

No sentido Rodoviária-Congresso, os apoiadores de Lula ficarão à esquerda, e os manifestantes contrários ao petista, à direita. A ideia é que os manifestantes só tenham acesso até a alameda das Bandeiras, um pouco antes do Congresso Nacional.

Haverá linhas de revista montadas pelos policiais e objetos como fogos de artifício, sprays, bonecos infláveis grandes e produtos inflamáveis estão proibidos. Carros de som foram liberados, num máximo de três em cada campo do protesto.

Os atos no dia do julgamento de Lula devem ser a parte mais visível na escalada da pressão sobre o STF nesta semana.

Na terça-feira (3), os grupos Vem Pra Rua e MBL (Movimento Brasil Livre) fizeram manifestações próximas ao Congresso Nacional e ao Supremo pedindo a prisão do ex-presidente. O temporal que caiu sobre Brasília na noite de ontem não desanimou os manifestantes.

Na segunda-feira (2), o STF recebeu dois abaixo-assinados de grupos contrários e favoráveis à prisão em segunda instância.

Juízes e membros do Ministério Público entregaram um documento a favor da prisão na segunda instância.

No texto, eles afirmam que a regra não se aplica apenas ao caso do ex-presidente, e que uma mudança na decisão do STF implicaria na "liberação de inúmeros condenados, seja por crimes de corrupção, seja por delitos violentos, tais como estupro, roubo, homicídio etc.", afirma o abaixo-assinado.

Associações de advogados, defensores públicos e juristas também apresentaram um texto ao gabinete dos ministros do STF, este contrário à prisão nessa fase do processo.

"Ninguém, absolutamente ninguém, será considerado culpado enquanto não houver esgotado todos os recursos", diz trecho do documento. "Gostemos ou não, a Constituição da República consagrou o princípio da presunção de inocência", afirma o texto.

O aumento da tensão em torno do Supremo levou a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, a gravar um pronunciamento público no qual pede "serenidade" e respeito às divergências políticas. A segurança do tribunal foi reforçada para o julgamento desta tarde.

Cármen Lúcia pede "serenidade"

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